FRAUDE

O caso da falsa médica que diz ter comprado registro na internet por R$ 40

Mirian Stefani, de 27 anos, chegou a atender cerca de 30 pessoas, na Unidade Básica de Saúde em Coroados, interior de São Paulo

Mirian Stefani.Créditos: Reprodução
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A polícia prendeu uma falsa médica nas dependências de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), em Coroados, município do interior de São Paulo. Mirian Stefani, de 27 anos, declarou aos agentes que comprou o registro médico falsificado na internet por R$ 40, mas não especificou site ou nome de um possível negociador.

Ela conseguiu trabalhar por quase um dia completo no estabelecimento de saúde com o registro de um urologista e atendeu cerca de 30 pessoas.

Nilton Aparecido, delegado responsável pelo caso, afirmou que o valor informado por Mirian não parece ser verdadeiro, pois a comercialização de documentos falsos é feita, geralmente, por preços mais altos.

A Polícia Civil apreendeu o celular da mulher com o objetivo de conseguir mais informações a respeito da fraude.

A falsa médica teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Ela tinha sido contratada por uma empresa terceirizada de Piracicaba, também no interior, para prestar serviços de clínico geral plantonista no posto de atendimento.

O boletim de ocorrência (BO), aberto no caso, aponta que funcionários da UBS desconfiaram dos procedimentos realizados por Mirian nos atendimentos.

Depois da suspeita de que “se tratava de um golpe”, a equipe pesquisou pelo número de registro utilizado por ela e concluiu que era de um médico.

O delegado disse que Mirian, a princípio, não admitiu a fraude. Os policiais, então, fizeram contato com a universidade em que a mulher alegava ter feito a graduação em medicina, supostamente concluída em 2022.

A faculdade respondeu aos questionamentos, dizendo que o curso foi inaugurado naquele ano, não havendo possibilidade de ela ter estudado no período.

“Diante das evidências, ela não conseguiu sustentar as versões apresentadas e confessou o crime”, destacou o delegado, em entrevista ao Metrópoles.

Mirian foi levada para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista, onde segue presa. O caso foi registrado como exercício ilegal da medicina, uso de documento falso e falsa identidade na Delegacia de Coroados.

Prefeitura divulga nota

A prefeitura de Coroados emitiu uma nota em que afirma que “a suposta profissional foi designada pela empresa contratada para prestação de serviços médicos de clínico geral plantonista da UBSF, cuja incompatibilidade da atuação foi constatada pelo corpo técnico”.

A administração municipal disse, ainda, que convocou os pacientes atendidos pela falsa médica para realizar novos procedimentos, agora por profissionais habilitados e com registros regulares, “o que está ocorrendo normalmente”, segundo a prefeitura.