PADRE SUSPEITO

Hospital Padre Zé: Justiça retoma audiência pela quarta vez em João Pessoa

Padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor-geral do hospital, a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas Miranda e Silva, e a ex-tesoureira Amanda Duarte da Silva Dantas são réus por desvio de recursos

Padre Egídio de Carvalho Neto é um dos acusados.Créditos: Reprodução / TV Globo
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A audiência de instrução de um processo que investiga um esquema de desvio de recursos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi retomada pela quarta vez nesta quarta-feira (31) e na quinta-feira (1). Entre os réus estão o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor-geral do hospital, a ex-diretora administrativa Jannyne Dantas Miranda e Silva, e a ex-tesoureira Amanda Duarte da Silva Dantas.

Os acusados são investigados por suposto envolvimento em um esquema milionário de desvio de recursos e fraudes na administração do hospital, que opera com recursos públicos e possui caráter filantrópico.

Histórico das Audiências

Na primeira audiência, sete testemunhas foram ouvidas antes de a sessão ser suspensa devido ao adiantado da hora. A audiência foi retomada em 13 de junho, mas novamente interrompida após a Justiça acatar um pedido da defesa de uma das rés, que alegou não ter tido acesso completo à denúncia do Ministério Público da Paraíba, o que configuraria cerceamento de defesa. Em 12 de julho, durante a terceira sessão, mais duas testemunhas foram ouvidas.

Outro Processo e Desdobramentos

Além desse, um segundo processo envolve os mesmos réus, juntamente com o empresário João Diógenes de Andrade Holanda, sob a acusação de compra fraudulenta de computadores para o Hospital Padre Zé. A audiência de instrução estava marcada para 27 de maio, mas foi adiada após a Justiça acolher questões levantadas pela defesa do empresário. A nova data ainda não foi definida, aguardando análise das questões pendentes.

Início das Investigações

A operação 'Indignus' foi deflagrada em 5 de outubro, após as investigações sobre irregularidades no Hospital Padre Zé serem iniciadas devido ao furto de mais de 100 celulares da instituição. Os aparelhos, doados pela Receita Federal, seriam vendidos em um bazar solidário para arrecadar fundos para a compra de uma ambulância com UTI e um veículo para distribuição de alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Após o furto, o padre Egídio foi afastado da direção do hospital e, posteriormente, de qualquer ofício eclesiástico pela Arquidiocese da Paraíba, ficando proibido de ministrar missas ou sacramentos.

Uma denúncia anônima apresentou outras irregularidades na gestão do padre Egídio, levando à formação de uma força-tarefa de órgãos públicos da Paraíba para investigar a situação no Hospital Padre Zé. A instituição afirmou ter constatado inúmeras dívidas comprometendo sua funcionalidade e solicitou ao Ministério Público da Paraíba uma auditoria abrangente em todas as suas contas, contratos, convênios e projetos.

Retomada da Audiência

Nesta quarta-feira (31), a audiência de instrução foi retomada, com o depoimento de dois ex-funcionários do hospital como testemunhas arroladas pela defesa do padre Egídio. A sessão, inicialmente marcada para esta quinta-feira (1), foi adiada para os dias 26, 27 e 28 de agosto, quando os réus serão interrogados.

Os três acusados permanecem investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos e fraudes na administração do hospital, que opera com recursos públicos e tem caráter filantrópico.