MOSSORÓ

Lewandowski diz que fuga de detentos em Mossoró é “problema localizado”

Ministro da Justiça também afirmou que falhas já foram corrigidas e episódio inédito não afeta a segurança de outros presídios federais

Ministro da Justiça reforçou que fuga em Mossoró não afeta segurança em outros presídios.Créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a fuga de dois detentos do presídio federal em Mossoró (RN) é um “problema localizado que será superado em breve com a colaboração de todos”. A declaração foi dada neste domingo (18), durante coletiva de imprensa. 

Lewandowski também afirmou que o “possíveis falhas já estão corrigidas e o presídio de Mossoró voltou a ser absolutamente seguro e apto a custodiar os detentos que lá se encontram”. Além disso, o ministro reforçou que o episódio inédito não “não afeta em hipótese nenhuma a segurança das cinco unidades federais”. 

“É um problema que, tenho que dizer, não afeta em hipótese nenhuma a segurança das cinco unidades prisionais federais, mas que é um problema localizado e que será superado em breve com a colaboração de todos”.

A busca pelos fugitivos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento entra em seu quinto dia, com a causa da fuga ainda sendo investigada pelas autoridades. A operação está sendo realizada com cerca de 500 policiais da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Rio Grande do Norte, e pelas Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco). 

Investigações

De acordo com o Segundo o MJSP, há duas investigações em curso. Uma de caráter administrativo, liderada pelo Senappen, que apura as responsabilidades da fuga e pode levar a um processo administrativo. Também há um inquérito conduzido pela Polícia Federal que investiga a possibilidade de pessoas terem facilitado a fuga dos dois detentos. 

Na manhã deste domingo (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pode ter havido "relaxamento" e  "conivência" de autoridades policiais na fuga. "Estamos à procura dos presos e esperamos encontrá-los. Queremos saber obviamente como esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu. Só faltou contratarem uma escavadeira. Parece que teve conivência com alguém do sistema lá dentro, mas não posso acusar ninguém", disse.

Na entrevista, Lewandowski também reforçou preocupação com a população local e que as autoridades policiais não estão poupando esforços para capturar os criminosos. Para o ministro, os detentos ainda devem estar há poucos quilômetros do presídio. 

Falhas de segurança

Um relatório interno de 2021, divulgados pelo O Globo e pelo g1, indicou falhas técnicas na segurança do presídio em Mossoró (RN). Segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, 124 câmeras de vigilância estavam sem funcionar na penitenciária.

Já de acordo com a jornalista Julia Duailibi, do g1, outro relatório recente, do dia 13 de fevereiro, revelou que além das câmeras sem funcionamento, o presídio teria pontos cegos e equipamentos com má qualidade de imagem

Durante a entrevista, questionado sobre as falhas divulgados no relatório, Lewandowski afirmou que essas informações não chegaram a tempo ao seu conhecimento. O ministro assumiu o cargo há 18 dias

“Na minha gestão nenhuma informação oficial veio, ao menos a tempo e com relação a esse presidio em Mossoró. Se tivesse vindo, teria sido corrigido, obviamente”, disse.

No entanto, o ministro reconheceu que o presídio apresentava falhas que facilitaram a fuga dos detentos, e afirmou que já foram resolvidas.

“Não vamos deixar nenhum defeito, nenhuma falha de procedimento ou nenhum problema de equipamento para trás. Como nós sempre tivemos presídios muito seguros, daqui pra frente serão ainda mais seguros."

Lewandowski ainda falou sobre a defeitos na edificação de Mossoró que facilitaram, por exemplo, a remoção de uma luminária de parede. Ele reconheceu que essas falhas “são antigas, porque os presídios foram construídos de 2006 em diante”, ponderou.

“Essas falhas estruturais podem existir em alguns lugares. Aqui em Mossoró foram corrigidas imediatamente e estamos examinando se essas falhas estruturais se repetem em outros presídios”, acrescentou o ministro.