DESAPARECERAM

Veja cada etapa da cinematográfica fuga de 2 detentos do Presídio Federal de Mossoró

Sistema, que é de segurança máxima, tem 5 unidades espalhadas pelo Brasil e nunca tinha registrado uma fuga. Entenda como foi possível a saída desses criminosos

Penitenciária Federal de Mossoró (RN).Créditos: Depen-MJSP/Reprodução
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Presídio Federal de Mossoró (RN), terça-feira, 13 de fevereiro de 2024, último dia de Carnaval. Foi neste cenário, e nesta data, que a primeira fuga de um estabelecimento penitenciário federal de segurança máxima ocorreu no país. Agora, com uma legião de policiais, cães, viaturas, helicópteros e drones varrendo o território potiguar em busca dos dois fugitivos, surgem as informações detalhadas sobre como Rogério da Silva Mendonça, 36 anos, o “Tatu”, e Deibson Cabral Nascimento, de 34, o “Deisinho”, ambos ligados à facção Comando Vermelho no estado do Acre, conseguiram sair da fortaleza onde cumpriam pena.

Pelo que foi apurado até agora, os dois detentos deram início à escapa por volta das 3h, na madrugada. Eles estavam no chamado RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), um sistema bem mais rígido do que o outro aos quais a maior parte dos presos está submetida na unidade. No RDD, até o banho de sol é separado e os prisioneiros não têm contato entre si.

Os foragidos teriam aberto um buraco na luminária de suas pequenas celas, já que essa parte do teto, ou da parede, não seria de concreto, mas sim de alvenaria comum. Após abrir a passagem, o local atrás da instalação elétrica seria como uma espécie de duto. Eles saíram, então, numa área da penitenciária que está em obras, com máquinas e ferramentas, num local parecido com um pátio.

Separando essa zona em reformas do último trecho antes do alambrado que dá acesso ao mundo exterior, havia placas metálicas finas fechando o recinto. Foi relativamente simples com o uso de alguns apetrechos de construção civil entortar as chapas e conseguir uma brecha por onde um corpo humano passa com facilidade. Os dois aproveitaram para levar alicates e serras de cortar vergalhão.

Já no último trecho, que dá para a grade, eles romperam essa barreira metálica cortando os elos com as ferramentas que pegaram na obra e tiveram acesso à rua. Não se sabe quanto tempo toda a ação durou, mas o fato é que depois disso, nunca mais foram avistados.

O que ainda intriga as autoridades e os policiais que investigam a fuga é como o sistema rígido de monitoramento por câmeras não pegou nada em meio à madrugada, quando esses pátios e locais próximos à cerca deveriam estar vazios. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda que não afirme oficialmente, analisa a hipótese de algum funcionário do sistema prisional, ou da obra, ou ainda alguém do lado externo, ter colaborado para a empreitada dos dois condenados.