ESCÂNDALO RELIGIOSO

Indignus: Padre comprou apartamento de luxo em nome de bebê com verba desviada

Padre Egídio, que está em prisão domiciliar desde abril devido a uma doença grave, não foi localizado para comentar o caso e atualmente está sem advogado

Padre Egídio agora é réu em mais um processo.Créditos: Reprodução / TV Globo
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Em mais um desdobramento da Operação Indignus, a Justiça da Paraíba aceitou uma denúncia contra o padre Egídio de Carvalho Neto, de 57 anos, tornando-o réu por desvio de verbas, ocultação de bens e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de comprar um apartamento de luxo à beira-mar em João Pessoa, registrado em nome de uma criança de apenas 1 ano e 11 meses em dezembro de 2022. Atualmente, o imóvel está avaliado em mais de R$ 700 mil.

A denúncia foi apresentada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) no dia 23 de outubro e aceita no dia seguinte pelo juiz José Guedes Cavalcante Neto, da 4ª Vara Criminal da Capital.

Egídio, que está em prisão domiciliar desde abril devido a uma doença grave, não foi localizado para comentar o caso e atualmente está sem advogado. Caso ele não apresente recurso no prazo estipulado, será defendido pela Defensoria Pública do Estado.

O padre é acusado de liderar um esquema criminoso que desviou milhões de reais de instituições religiosas e sociais. Inicialmente preso na Penitenciária Especial do Valentina Figueiredo, ele teve sua prisão convertida para domiciliar em abril.

O Ministério Público também solicitou que a Justiça sequestrasse o imóvel e o transferisse para o tesouro estadual, além de exigir que Egídio pague R$ 480 mil em reparação de danos materiais e R$ 1 milhão por danos morais coletivos.

A Operação Indignus investiga o desvio de recursos milionários durante a gestão de Egídio no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. Segundo o juiz José Guedes Cavalcante, a denúncia cumpre todos os requisitos formais e apresenta indícios suficientes de autoria, não havendo razões para rejeitá-la.

A Arquidiocese da Paraíba declarou que está colaborando integralmente com as investigações, respeitando o segredo de justiça.