Única cidade que tem segundo turno na Bahia e quarta mais populosa do estado, Camaçari tem um embate entre o PT, legenda que está em seu quinto mandato seguido no governo estadual, e o União Brasil, do ex-prefeito soteropolitano ACM Neto, à frente da prefeitura de Salvador e de outros importantes municípios.
Nos três principais colégios eleitorais baianos, o União Brasil venceu, com a reeleição de Bruno Reis em Salvador e Sheila Lemos em Vitória da Conquista, além do triunfo de José Ronaldo em Feira de Santana. Entre os 20 maiores municípios, que representam 40% da população da Bahia, o grupo de ACM Neto saiu vitorioso em 13, enquanto o PT venceu em seis.
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Se isso não bastasse para reforçar a importância da eleição em Camaçari, a disputa acirrada dá mais peso à eleição. Luiz Caetano (PT) teve 49,5% dos votos válidos no primeiro turno, somente 559 votos à frente de Flávio Matos (União Brasil), com 49,1%.
As pesquisas indicam que a eleição segue apertada. Uma pesquisa do Instituto Potencial, encomendada pelo Grupo Metrópole, ouviu 600 pessoas entre 22 e 24 de outubro, mostrando Caetano à frente numericamente com 48,2%, enquanto Matos tem 46%. Como a margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, o cenário é de empate técnico.
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Debate e denúncia em Camaçari
O petista Luiz Caetano, de 70 anos, foi prefeito de Camaçari em três mandatos, deputado federal e secretário estadual. Flávio Matos, de 44 anos, é vereador em seu segundo mandato e presidente da Câmara Municipal de Camaçari.
No último debate entre os dois, um dos temas mais quentes levantados pelo petista foi um suposto caso de sequestro e coação de uma mulher que teria sido forçada a gravar um vídeo de apoio para o União Brasil.
Selma Vieira, de 57 anos, registrou um boletim de ocorrência na 18ª Delegacia Territorial de Camaçari dizendo ter sido levada contra sua vontade para uma sala desconhecida e pressionada a declarar apoio a Flávio Matos e a vestir uma camisa azul, símbolo da campanha do unionista. Estariam presentes no local o prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil), o ex-vereador José Matos, pai de Flávio, o próprio candidato a prefeito e sua esposa.
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Já neste sábado (26), a polêmica fica por conta do não cumprimento de uma ordem judicial por parte de ACM Neto. A juíza Maria Claudia Salles Parente, da 170ª Zona Eleitoral de Camaçari, concedeu direito de resposta por conta de postagens ofensivas do ex-prefeito contra Luiz Caetano, mas, até a tarde, o ex-prefeito de Salvador não havia cumprido a determinação.
Os advogados de Caetano pedem que seja aplicada uma multa de R$ 100 mil por hora de atraso no cumprimento da ordem, além de pedirem a divulgação do direito de resposta e a suspensão temporária do perfil de ACM Neto das redes sociais.