Não foi como no debate da Band, mas, novamente, Guilherme Boulos (PSOL) venceu Ricardo Nunes no último debate antes da votação do segundo turno em São Paulo.
Desta vez, não foi um nocaute, mas uma vitória por pontos. Ainda assim, um triunfo expressivo no primeiro bloco – aquele que é mais assistido pelo público, especialmente os indecisos ou desinteressados no processo eleitoral.
Com a liberdade dos candidatos andarem pelo cenário, Boulos mostrou o chamado domínio de palco, utilizando antes do rival o mapa que existia no centro e sabendo se posicionar. Por outro lado, o prefeito mostrou uma desenvoltura melhor, neste aspecto, do que já havia mostrado, buscando sempre um distanciamento em relação ao candidato do PSOL.
Nunes tentou trazer um tema caro à direita/extrema direita, a segurança pública, buscando supostos posicionamentos de Boulos diante de propostas como a de aumento de penas. O candidato do PSOL se saiu bem, trazendo a questão da privatização dos serviços funerários em São Paulo, alvo de muitas reclamações dos usuários por conta de tarifas abusivas. O prefeito também foi confrontado em relação a uma declaração anterior sobre ter visto crianças brincando à noite na Praça da Sé.
Já no bloco seguinte, com temas determinados, Boulos começou bem com o tema de saúde, destacando a deficiência dos serviços. Na sequência, foi Nunes quem se saiu melhor no tema escolhido por ele, trabalho, quando falou do programa Meu Trampo e mencionou ida para feiras de exterior, citando startups e buscando o eleitorado jovem e empreendedor, justamente um segmento que, segundo as pesquisas, no primeiro turno foi para Pablo Marçal.
Foi só no terceiro bloco que o candidato do PSOL trouxe o tema da corrupção e das denúncias em relação à prefeitura da capital paulista. Mais uma vez, desafiou o adversário a abrir o seu sigilo bancário. E novamente, o prefeito se recusou.
O bloco final foi dominado pela questão da moradia, que se transformou no tema da população em situação de rua, onde, mais uma vez, Nunes encontrou dificuldades para justificar o que fez.
Não foi uma goleada e o prefeito também teve momentos bons em um embate no qual ele passou a maior parte do tempo nas cordas. Os dados e números que trouxe muitas vezes não condiziam com a realidade e isso se torna perceptível para quem anda nas ruas da capital paulista. Mas o efeito real será sentido a partir dos cortes que serão produzidos com base no encontro. Assim como no futebol, Boulos tem os chamados lances mais "plásticos". Resta saber se será suficiente para uma virada no domingo (25).