HEDIONDO

Ginecologista é condenado pelo estupro de 21 mulheres

Em ambos os processos o médico foi acusado de estupro de vulnerável, uma vez que as vítimas seriam suas pacientes quando foram violentadas

Nicodemos Júnior Estanislau Morais, 41 anos.Créditos: Divulgação/Polícia Civil de Goiás
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O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi condenado nesta terça-feira (13) a mais de 270 anos de prisão pelo estupro de 21 mulheres em Goiás. De acordo com decisão da juíza Lígia Nunes de Paula, da 2ª Vara Criminal de Anápolis, ele foi condenado a 163 anos por um processo movido por 12 vítimas e a 114 anos em um segundo processo, movido pelas outras 9 vítimas.

Em ambos os processos o médico foi acusado de estupro de vulnerável, uma vez que as mulheres seriam suas pacientes quando foram violentadas. Ao todo, as penas somam 277 anos, 2 meses e 19 dias de prisão. Ele ainda terá de indenizar cada vítima em R$ 100 mil.

“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Os estupros foram praticados por meio de ardil, se valendo do pretexto de realizar um exame ginecológico para praticar os atos libidinosos, demonstrando a maior reprovabilidade de seu comportamento”, declarou a juíza na decisão.

A defesa do ginecologista, representada pelo advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins, afirma que irá recorrer da decisão e que acredita na absolvição do cliente.

Nicodemos Júnior Estanislau Morais trabalhava em Anápolis, onde era vinculado ao plano de saúde America. Ele se tornou alvo de investigação policial depois que duas das suas pacientes procuraram a Delegacia de Atendimento da Mulher (Deam) para registrar que foram vítimas de crimes sexuais dentro do seu consultório, durante a realização de exames.

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Após as denúncias iniciais, outras 3 vítimas também procuraram as autoridades e então Morais foi preso pela primeira vez em 29 de setembro de 2021. Nesse momento o caso ganhou repercussão midiática e foram aparecendo mais vítimas. O médico chegou a ser solto em 4 de outubro mas voltou para a cadeia quatro dias depois, logo após o surgimento das novas vítimas, dessa vez em Abadiânia, também em Goiás.

“Fique congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer”, relatou uma das vítimas à polícia.

Entre as vítimas, Kethlen Carneiro, de 20 anos, é a única que revelou a identidade ao público. Ela contou à imprensa que foi abusada por Morais quando tinha apenas 12 anos. Na ocasião, durante um atendimento, o ‘doutor’ lhe sugeriu a leitura de uma revista pornográfica para, seguida, atacá-la.

“Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandou links que eu poderia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou na parte íntima dele”, contou.