Preso em flagrante na última quarta-feira (24), após denúncia de uma paciente, o médico Laerte Fogaça Souza Filho é suspeito de assédio sexual contra mulheres na região de Ituverava, no interior de São Paulo.
Segundo a polícia civil, Fogaça agia da mesma maneira com as vítimas. Oito mulheres procuraram a delegacia para denunciar o ortopedista, que também é vereador pelo PTB em Ituverava, e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, com publicações a favor da política armamentista e citação ao político de extrema direita, ex-médico e deputado federal Enéas Carneiro.
MODUS OPERANDI
Em entrevista ao site G1, o delegado Gabriel Fernando da Silva, de Igarapava, revelou haver semelhança nas denúncias: “Os boletins de ocorrência antigos contra ele têm uma similitude muito grande no modus operandi para praticar os abusos. Isso é um indício de que ele poderia estar praticando esse ato com frequência. É bem parecida a maneira como expõe as vítimas. Sempre tem a maca envolvida, um atrito, uma fricção de genitália que a vítima sempre acha estranho e percebe na hora”, conta o delegado.
PRISÃO E FIANÇA DE R$40 mil
Na quarta-feira (24), Laerte foi preso depois que uma paciente o denunciou por assédio sexual logo após deixar a consulta no Hospital dos Canavieiros. A mulher, de 37 anos, contou à polícia que o médico encostou o pênis ereto na perna dela por três vezes, quando ela estava deitada de bruços na maca para ser examinada.
Ao receber a denúncia, o delegado de Igarapava pesquisou o banco de dados da polícia e identificou que duas mulheres moradoras de Guará e de Aramina, cidades da região, tinham registrado queixas contra o médico em 2020 e em 2022.
Ele passou por audiência de custódia na quinta-feira (25) e obteve na Justiça a liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 40 mil. O médico deve cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas manter distância das vítimas e de testemunhas e a proibição de atender mulheres.
O que diz a defesa de Laerte:
Segundo o advogado de Laerte, Matheus Queiroz de Souza, “o acusado é inocente e desconhece totalmente as imputações que lhe são impostas pelas supostas vítimas. No decorrer da instrução processual, o Dr. Laerte terá a oportunidade de expor a verdade dos fatos e, ao mesmo tempo, comprovar a sua inocência. Cumpre ressaltar que o Dr. Laerte possui conduta irrepreensível na vida pública e privada, bem como no atendimento aos pacientes e convívio com colaboradores.”