EXTREMA DIREITA

Jovem de 18 anos se diz nazista e promete “massacre” em IF de Campo Grande

Caso gerou pânico na capital do Mato Grosso do Sul e está sendo investigado pela Polícia Civil. Direção do IFMS afirma que afastou “de forma cautelar” o estudante

Imagem ilustrativa (Action News Now/Reprodução).
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A Polícia Civil está investigando um estudante de 18 anos do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS) que teria “prometido” a colegas do curso que faria “um massacre” no campus de Campo Grande da instituição. Autointitulando-se nazista, o jovem teria listado as vítimas que mataria, justificando os alvos com argumentos racistas, por eles serem negros.

“O IF é um lugar propício para um massacre. Eu tenho uma lista de quem eu mataria primeiro. O (primeira vítima) seria o 1º porque ele é negro e maior. (Segunda vítima) seria o segundo porque ele é negro e o (terceira vítima) eu vou torturar”, seriam as frases ditas pelo acusado e que constam num Boletim de Ocorrência registrado em 28 de fevereiro na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (Cepol), da capital sul-mato-grossense, como injúria racial e ameaça.

Uma investigação também foi instaurada na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), já que um dos ameaçados, em outra situação semelhante, é menor de idade. O acusado teria dito ao adolescente, durante uma discussão, que “tu não é ariano, te coloco pra assar”.

O aluno agressivo, segundo discentes do IFMS e funcionários, já vinha falando insultos racistas e enaltecendo o nazismo de forma recorrente, antes das ameaças aos frequentadores do local e até depois da ocorrência ter sido formalizada na polícia.

Familiares dos ameaçados e de outros alunos negros do Instituto Federal ficaram apavorados com o caráter ameaçador do nazista, evitando dar entrevistas. Eles entraram em contato com a direção do IFMS pedindo providências.

De acordo com a direção-geral do Campus Campo Grande do IFMS, as supostas ameaças teriam sido feitas num comércio próximo da faculdade, portanto, fora de sua área administrativa. Ainda assim, os responsáveis pelo órgão federal informaram que afastaram o aluno acusado “de forma cautelar”, explicando que as informações levadas aos diretores e coordenadores era de que o rapaz teria dito as ameaças após ter sido chamado de nazista por outros estudantes, o que difere das versões apresentadas até então.

“Os estudantes da turma têm recebido orientações pedagógicas, com informações a respeito dos prejuízos causados à humanidade pelo nazismo. O IFMS repudia qualquer tipo de discriminação ou apologias que não condizem com a sociedade igualitária”, diz um trecho da nota sobre o episódio divulgada pela instituição.