MONSTRO DE ITAQUERA

Caso Bruna Oliveira: polícia encontra calcinhas na casa de suspeito

Por conta do achado, investigação trabalha com a hipótese de que Esteliano José Madureira possa ter feito outras vítimas

Esteliano e Bruna.Créditos: Redes Sociais
Escrito en BRASIL el

A Polícia Civil de São Paulo intensificou as buscas por Esteliano José Madureira, de 43 anos, suspeito de envolvimento no assassinato da jovem Bruna Oliveira da Silva, encontrada morta no último dia 17, na Zona Leste da capital. Detalhes perturbadores surgiram durante as investigações: calcinhas foram apreendidas na casa do investigado, levantando a possibilidade de que ele tenha outras vítimas.

O corpo de Bruna, que tinha 29 anos, foi localizado em um estacionamento nas imediações da estação Corinthians-Itaquera do Metrô. A estudante estava seminua, com ferimentos pelo corpo e sinais de queimadura. Perto dela, a perícia encontrou um saco plástico, que pode estar relacionado ao crime. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) ainda vão determinar se ela foi vítima de violência sexual e qual foi, de fato, a causa da morte.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram o suspeito seguindo Bruna nas proximidades da estação, no dia 13 de abril. Depois disso, os dois desaparecem do campo de visão das câmeras. "Suspeitamos que ele a abordou e a levou até o local onde cometeu o crime", explicou Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios.

Na casa de Esteliano, os investigadores encontraram diversas peças íntimas femininas. Ainda não se sabe se pertencem à vítima ou a outras mulheres. Um sutiã recolhido próximo ao local onde o corpo foi deixado também será periciado. A polícia trabalha com a hipótese de que Esteliano possa ter feito outras vítimas e já analisa boletins de ocorrência na região em busca de padrões.

Com um histórico criminal por roubo em 2008 — caso em que acabou sendo absolvido — Esteliano agora é considerado foragido. Sua prisão temporária foi decretada pela Justiça na noite de quarta-feira (23).

A defesa do investigado não foi localizada até o momento.

Câmeras de segurança

Em imagens de câmeras de segurança, divulgadas no domingo (20), é possível observar os últimos momentos de vida de Bruna Oliveira da Silva. Nas gravações, a jovem aparece indo em direção a sua casa, localizada a 20 minutos a pé da estação.

Na sequência, é vista em mais um trecho do trajeto, mas, logo em seguida, desaparece. Este é o momento no qual a Polícia acredita que a vítima foi capturada pelo suspeito.

Desaparecida

Bruna estava desaparecida desde o dia 13 de abril, quando saiu da estação de metrô a caminho de casa, onde vivia com o pai. Um vídeo obtido pela TV Globo mostra a jovem caminhando sozinha momentos antes do crime.

O corpo foi encontrado seminu, com sinais de violência, queimaduras e uma fratura em uma das vértebras do pescoço, segundo laudo preliminar da perícia. Próximo ao corpo, foram encontrados um sutiã e um saco plástico, que foram recolhidos para análise. A causa da morte ainda será confirmada por exames do IML, que também apura se houve violência sexual.

Inicialmente registrado como "morte suspeita", o caso foi transferido do 24º Distrito Policial (Ponte Rasa) para o DHPP, após serem identificados indícios claros de homicídio. “O mais provável é que ela tenha sido assassinada”, declarou a delegada Ivalda.

Historiadora e feminista

Bruna era historiadora formada pela USP, com mestrado em história social pela mesma instituição. Recentemente, havia sido aprovada para um novo mestrado na área de mudança social e participação política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP). Ela deixa um filho de 7 anos.

O ex-marido, o atual namorado e familiares da estudante já prestaram depoimento à polícia. O namorado, Igor Rafael Sales, relatou que ela havia saído de sua casa no Butantã, Zona Oeste, e não chegou mais em casa.

A mãe da estudante, Simone da Silva, desabafou à TV Globo: “Minha filha sempre lutou contra a violência contra a mulher. Ela morreu exatamente como mais temia. E aí eu me pergunto: por que não fui eu? A dor seria menor”.

Em nota, a direção da EACH/USP lamentou a morte de sua aluna e prestou solidariedade aos familiares e amigos. A polícia segue com as investigações para identificar o autor do crime e esclarecer os detalhes do caso.

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