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Bruna Oliveira: polícia divulga retrato falado de suspeito de assassinato

Corpo de estudante da USP foi encontrado na região de Itaquera; imagem foi produzida com o auxílio de IA a partir de vídeo; veja aqui

A estudante Bruna Oliveira.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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A Polícia Civil de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (23) o retrato falado do homem suspeito de assassinar a estudante da USP Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, na região de Itaquera, Zona Leste da capital. A imagem foi produzida com o auxílio de inteligência artificial (IA), a partir de registros de câmeras de segurança que flagraram o suspeito seguindo a vítima momentos antes do crime.

Segundo os investigadores, a técnica utilizada permitiu gerar um retrato falado colorido mesmo a partir de uma imagem desfocada. O objetivo é facilitar o reconhecimento do suspeito pela população e obter novas pistas que levem à sua identificação e prisão.

Fontes ligadas à investigação revelaram que um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) aponta asfixia por estrangulamento como a provável causa da morte da estudante. No entanto, os resultados oficiais ainda não foram finalizados. Peritos aguardam a conclusão de exames complementares que podem confirmar ou descartar essa hipótese, além de esclarecer se Bruna sofreu outros tipos de violência.

Bruna foi encontrada morta no dia 17 de abril, em um estacionamento próximo à estação Corinthians-Itaquera do metrô. Ela estava desaparecida desde o dia 13, quando saiu do metrô a caminho de casa. O caso é investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que já trata o crime como homicídio.

A polícia segue em busca de informações que levem ao paradeiro do suspeito e reforça a importância da colaboração da população. Qualquer informação pode ser repassada de forma anônima ao Disque-Denúncia (181).

Veja o retratro falado abaixo:

O vídeo

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um homem segue e aborda a jovem antes de seu desaparecimento.

Segundo o DHPP, responsável pela investigação, o suspeito ainda não foi identificado formalmente, mas os investigadores já têm o apelido dele e realizam operações para localizá-lo e prendê-lo. A diretora do órgão, delegada Ivalda Aleixo, informou que o homem é morador da região, mas não tinha relação com a vítima.

“Nossas equipes buscam localizar esse homem. Nos vídeos analisados, ele aparece seguindo a estudante. Depois, as imagens não mostram mais nada. Suspeitamos que ele a agarrou e a levou para o local onde a matou”, afirmou a delegada.

Desaparecida

Bruna estava desaparecida desde o dia 13 de abril, quando saiu da estação de metrô a caminho de casa, onde vivia com o pai. Um vídeo obtido pela TV Globo mostra a jovem caminhando sozinha momentos antes do crime.

O corpo foi encontrado seminu, com sinais de violência, queimaduras e uma fratura em uma das vértebras do pescoço, segundo laudo preliminar da perícia. Próximo ao corpo, foram encontrados um sutiã e um saco plástico, que foram recolhidos para análise. A causa da morte ainda será confirmada por exames do IML, que também apura se houve violência sexual.

Inicialmente registrado como "morte suspeita", o caso foi transferido do 24º Distrito Policial (Ponte Rasa) para o DHPP, após serem identificados indícios claros de homicídio. “O mais provável é que ela tenha sido assassinada”, declarou a delegada Ivalda.

Historiadora e feminista

Bruna era historiadora formada pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em história social pela mesma instituição. Recentemente, havia sido aprovada para um novo mestrado na área de mudança social e participação política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP). Ela deixa um filho de 7 anos.

O ex-marido, o atual namorado e familiares da estudante já prestaram depoimento à polícia. O namorado, Igor Rafael Sales, relatou que ela havia saído de sua casa no Butantã, Zona Oeste, e não chegou mais em casa.

A mãe da estudante, Simone da Silva, desabafou à TV Globo: “Minha filha sempre lutou contra a violência contra a mulher. Ela morreu exatamente como mais temia. E aí eu me pergunto: por que não fui eu? A dor seria menor”.

Em nota, a direção da EACH/USP lamentou a morte de sua aluna e prestou solidariedade aos familiares e amigos. A polícia segue com as investigações para identificar o autor do crime e esclarecer os detalhes do caso.

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