A delegada Ivalda Aleixo, responsável pelo caso do assassinato da estudante da USP, Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, fez uma previsão que veio a se confirmar. Ela afirmou nesta quarta-feira (23), que o suspeito Esteliano José Madureira, de 43 anos, poderia ter sido executado, por conta da dificuldade que a polícia tinha em localizá-lo.
Segundo a delegada, há uma forte atuação do crime organizado em Itaquera, região em que ocorreu o assassinato. Por conta disto, o crime cometido por Esteliano sem o aval da facção criminosa que atua na região, pode ser motivo para que ele seja “cobrado”.
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“Por isso estamos pedindo que ele se entregue, pois caso isso não tenha acontecido ainda, pode vir a acontecer. É uma possibilidade concreta diante daquilo que já conhecemos do crime organizado naquela região” disse a delegada.
Infelizmente não deu tempo. O corpo do suspeito foi localizado na Avenida Morumbi, na Zona Sul da capital paulista, com o corpo coberto por uma lona azul e marcas de tiros na nuca. A Polícia Civil agora tenta desvendar um novo crime — o que tirou a vida do principal suspeito de um feminicídio que chocou São Paulo.
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Execução
A confirmação da morte foi feita pela Secretaria da Segurança Pública nesta quinta-feira (24). Com a execução de Esteliano, a investigação sobre o assassinato de Bruna ganha novos contornos e, possivelmente, um novo rumo. A hipótese de que ele tenha sido vítima de uma queima de arquivo ou de uma vingança está entre as possibilidades consideradas pelos investigadores.
Esteliano era procurado desde que imagens de câmeras de segurança o flagraram perseguindo Bruna nas imediações da estação Corinthians-Itaquera, na Zona Leste, no dia 13 de abril. Quatro dias depois, o corpo da jovem foi encontrado em um estacionamento da região, com sinais de violência, seminu e com queimaduras.
Na casa do suspeito, os policiais encontraram calcinhas, o que levantou a suspeita de que ele pudesse ter feito outras vítimas. A polícia ainda apura se Bruna sofreu violência sexual antes de ser morta. A perícia identificou uma fratura em uma das vértebras do pescoço da estudante, sugerindo estrangulamento como causa da morte. Um saco plástico também foi encontrado próximo ao corpo.
Novo mistério
Com a morte de Esteliano, o que parecia se encaminhar para um desfecho agora se transforma em um novo mistério: quem matou o suspeito? E por quê?
A Divisão de Homicídios (DHPP), que já investigava a morte de Bruna, assume agora também o caso do assassinato de Esteliano. Segundo a polícia, ele não tinha relação conhecida com a vítima, mas tudo indica que a seguiu deliberadamente. A motivação, o método e as circunstâncias ainda estão sendo apuradas.
Enquanto os dois crimes permanecem sem resposta definitiva, o caso deixa uma marca profunda na cidade — e reforça os debates sobre a violência contra mulheres, a impunidade e a complexidade das investigações criminais no Brasil.