INTOLERÂNCIA

Reginaldo Nasser é alvo de ameaça racista na PUC-SP

Pichação diz que a "PUC não é pra árabe" e Nasser é o único professor de origem árabe do Departamento de Relações Internacionais da universidade

Escrito en BRASIL el

O professor de Relações Internacionais (RI) da PUC-SP, Reginaldo Nasser, denunciou por meio de seu perfil no X uma pichação racista, em forma de ameaça, feita em um dos banheiros da universidade. 

A mensagem discriminatória dizia: "Hora de limpar RI. PUC não é pra árabe. A PUC é nossa. A reitoria é nossa". Na publicação, Nasser ressaltou que "o único descendente de árabe em RI (relações internacionais) sou eu! Muito orgulhoso de estar incomodando os sionistas".

Na postagem, ele relembrou a abertura de uma investigação por parte da universidade contra ele e o professor do mesmo departamento, Bruno Huberman, acusados de antissemitismo por um grupo de alunos sionistas em novembro de 2024.

Já em fevereiro deste ano, a Fundação São Paulo (Fundasp), mantenedora da PUC-SP, divulgou nota apontando que “após criteriosa coleta e análise de depoimentos, documentos, vídeos e outros materiais, o Setor de Integridade concluiu que não foram identificadas situações no âmbito institucional que justificassem a aplicação de medidas disciplinares a docentes ou discentes”.

Mensagens de apoio

Entidades se manifestaram em apoio ao professor. A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) postou uma nota na rede social em solidariedade a Nasser. "É inadmissível que o racismo e o supremacismo sionistas tenham trânsito livre nas universidades brasileiras. A FEPAL presta solidariedade irrestrita ao professor", diz a publicação.

"Esta grave ameaça escrita em um banheiro da PUC-SP mira diretamente o professor Reginaldo Nasser, o único de origem árabe no curso de Relações Internacionais. Mira, também, todo o movimento de solidariedade ao povo palestino na universidade. Não nos intimidam e não nos calarão!", diz outra nota, da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco.

Atitude racista

"É lamentável que na PUC-SP ocorra uma atitude racista e que faz alusão à limpeza étnica - Limpar a PUC -, se estão fazendo isso agora, é porque estão se sentindo fortes e seguros", aponta Nasser, em declaração à Fórum. "Portanto, é preciso saber quem os incentiva. Por outro lado, estou bem feliz por estar cumprindo um papel de defesa do povo palestino no momento em que ocorre um genocídio. Creio que o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns nunca imaginaria acontecer isso na PUC", lamenta.

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