Enquanto a Polícia Civil de São Paulo se empenha para esclarecer o complexo caso da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, que despareceu em 26 de fevereiro e foi encontrada morta uma semana depois, degolada e com sinais de tortura, numa área de mata de Cajamar, na Região Metropolitana da capital paulista, um rapaz vive um pesadelo interminável, mesmo não tendo relação alguma com o bárbaro crime.
Seu nome é Daniel Vinícius Souza Dias e é importante não o confundir com Daniel Lucas Pereira, um outro jovem que a polícia considera suspeito, mas que jura inocência e que teve o pedido de prisão preventiva negado pela Justiça por não existir, por ora, provas contra ele. No caso do primeiro Daniel mencionado, a conexão mínima existente entre ele e o homicídio de repercussão nacional é o fato de ser amigo, desde criança, do principal acusado pela morte da adolescente, Maicol Antonio Sales dos Santos.
Te podría interesar
Daniel Vinícius conta que até foi investigado pela Polícia Civil nos primeiros dias após a aparição do corpo de Vitória e que tudo teria acontecido por um único erro que está lhe custando muito caro. O rapaz esteve com Maicol no dia do crime e nos dias subsequentes ao desaparecimento da garota, e garante que nada foi comentado sobre o caso ou sobre a vítima pelo colega. Tampouco o amigo teria apresentado algum comportamento estranho ou incomum, até mesmo quando as fotos do Corolla prata dele começaram a circular pelas redes e na imprensa, apontado o parceiro de infância como suspeito.
Vendo o amigo ser acusado por algo monstruoso, e acreditando em sua inocência, Daniel Vinícius postou nas redes sociais uma foto do Corolla com um texto defendendo Maicol, explicando por qual razão, do seu ponto de vista, a acusação era injusta. A partir daí, e com a confirmação de Maicol, de fato, era apontado com provas como o principal autor do assassinato, Daniel Vinícius passou a receber uma enxurrada de ameaças de morte.
Te podría interesar
Ele conta que já não consegue seguir com sua rotina por medo. Até o emprego o jovem perdeu quando seu nome foi arrolado incialmente como suspeito, algo depois descartado pelos investigadores, e sua esposa passou também a ser ameaçada pela internet e em boatos na vizinhança do bairro Ponunduva.
“Eu não durmo, eu não consigo comer direito mais, porque mesmo sendo inocente dá esse medo, porque a gente fica à mercê de coisas ruins. Eu estou sendo ameaçado no Instagram, Facebook, minha mulher foi ameaçada”, contou Daniel Vinícius à reportagem do SBT.
Questionado sobre o que faria se Maicol confessasse a autoria do assassinato de Vitória e pedisse ajuda, sob a alegação de que eram amigos, o rapaz diz peremptoriamente que jamais colaboraria com alguém que tivesse cometido um crime tão cruel.
“Ele sabia muito bem que se ele pedisse para algum amigo que nem nós, a gente ia recusar uma coisa dessas, porque isso é uma barbaridade”, disse Daniel Vinícius.
Por fim, o jovem desesperado e temendo pela própria vida lamentou tudo que aconteceu e lembrou que Vitória era uma garota que nunca deveria ter passado pelo que passou.
“É muito ruim, muito ruim, porque infelizmente tiraram a vida de uma menina, uma menina bonita, uma menina que tinha tudo pela frente, que tinha uma família, e me acusar assim é difícil”, concluiu.