CRIME DE DIFÍCIL SOLUÇÃO

Caso Vitória: Jovem foi seguida por 3 dias por homem “conhecido da família”

Ele teria mandado imagens do carro supostamente usado no crime para parentes da vítima, antes de o corpo ser achado. Polícia o considera suspeito, mas Justiça diz que não

Créditos: Redes sociais/Reprodução
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As investigações sobre o bárbaro assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, desaparecida em 26 de fevereiro em Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, e que foi encontrada morta com sinais de tortura e degolada uma semana depois, parecem ter se tornado um labirinto para a Polícia Civil paulista.

Com vários suspeitos e apenas um deles preso, identificado como Maicol Antonio Sales dos Santos, de 27 anos, dono do Corolla prata usado no crime, o caso tem alguns pontos confusos e condutas muito estranhas por parte das pessoas investigadas. Uma delas faz referência a um homem de 34 anos que teria seguido Vitória por três dias antes de seu sumiço. As autoridades sabem da tal perseguição insistente porque ele teria registrado o trajeto em vídeos guardados em seu celular, que depois foram acessados por peritos. O mesmo sujeito fez fotos do automóvel de Maicol e as encaminhou para parentes da garota assim que as buscas por ela começaram, sob a alegação de que seria “amigo da família” da adolescente, procurando colaborar na procura de seu paradeiro. É difícil dizer se àquela altura o automóvel já era apontado como suspeito.

Trata-se de Daniel Lucas Pereira, também morador do afastado bairro Ponunduva, onde todos os personagens dessa macabra história, que se conhecem entre si, vivem. O Diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), delegado Luiz Carlos do Carmo, diz que os registros no celular de Daniel, com a perseguição e as fotos do veículo logo após o desaparecimento da vítima, são “provas já materializadas” de sua participação no crime. A Justiça, ao contrário, crê que as questões envolvendo o homem já foram esclarecidas e que ele não foi coautor do homicídio, negando inclusive um pedido de prisão feito pela polícia.

Daniel conhece Maicol há muito tempo e a relação entre eles não seria das melhores. Ambos conheciam Vitória e a alegação do homem que fotografou o Corolla prata é de que sua família era “amiga” da família da vítima, embora a mãe dele tenha reiterado que há alguns anos um afastamento rompeu a relação próxima entre os núcleos familiares de ambos. Por ora, a dúvida que fica é em relação às razões que teriam levado Daniel a registrar vídeos atrás da garota durante todo o trajeto que ela fazia no caminho para casa.

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