CRIME BÁRBARO

FALOU: Suspeito de matar Vitória quebra o silêncio; “famílias foram amigas”

Desesperado, Daniel e a mãe explicam de onde teria surgido a desconfiança da polícia, segundo eles fruto de uma atitude impensada em relação ao carro do acusado preso

A adolescente Vitória Regina de Sousa, brutalmente assassinada em Cajamar.Créditos: Instagram/Reprodução
Escrito en BRASIL el

O caso do bárbaro assassinato da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, encontrada com sinais de tortura e degolada numa área de mata de Cajamar, na Região Metropolitana de São Paulo, após ficar sete dias desaparecida, chocou o Brasil e ainda segue sem solução. A Polícia Civil de São Paulo afirma que as investigações estão avançadas e que pelo menos seis pessoas são suspeitas de participarem do crime, sendo que uma delas, Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, já se encontra na cadeia.

Um outro nome muito citado nas investigações, e que de acordo com as informações da polícia seria de um “comparsa” de Maicol, é o do controlador de acesso Daniel Lucas Pereira, de 34 anos. Pai de dois filhos e morador do mesmo bairro afastado de Cajamar onde reside a família da vítima e também o principal acusado pela monstruosidade, ele resolveu quebrar o silêncio e deu uma breve entrevista desesperada, acompanhado da mãe, para a reportagem do SBT.

Daniel afirma peremptoriamente que não tem qualquer relação com o crime, o que é endossado por Maria Aparecida Lucas Pereira em relação ao filho. Ela, aliás, explica que as duas famílias, a sua e a de Vitória, já foram muito próximas e que se afastaram com os anos, mas sem nenhum motivo específico.

E teria sido justamente por conta desse afastamento que uma suspeita teria recaído sobre Daniel. Com o desaparecimento da adolescente, ele teria se sentido motivado a ajudar nas buscas e, ao tomar conhecimento ainda no primeiro dia de que um carro de cor prata com as mesmas características do de Maicol teria sido visto circulando na região do sumiço, resolveu fotografar o automóvel. Ao ser interrogado pela polícia, a foto do veículo no dia do rapto da garota o colocou como suspeito. A versão foi aceita inclusive pela Justiça, que negou o pedido de prisão preventiva apresentado pelo delegado que comanda o inquérito sobre o crime.

“Não aguento mais ser suspeito de algo que não cometi. Minha mãe, que é minha fortaleza, minha base, está sendo xingada e ameaçada a todo momento”, disse Daniel, aparentemente indignado. Ele contou que a família teve que sair do imóvel onde morava no bairro Ponunduva após várias ameaças surgirem e os muros da residência serem pichados com ofensas. O local também foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos por policiais na última semana.

A mãe reforça a versão do filho sobre a foto do carro de Maicol no celular, relembrando inclusive que a relação entre Daniel e ele, conhecidos há muito tempo, sempre foi conflituosa, resultando até em brigas. “Meu filho não tinha que ter se metido nisso por tentar ajudar a família de Vitória”, falou Maria Aparecida sobre a versão de fotografar o veículo para auxiliar nas buscas por Vitória.

Ela disse ainda que, se tivesse conhecimento de que o Daniel cometera tal brutalidade, seria a primeira a delatá-lo. “Se fizesse, eu o entrego porque não vou cobrir coisa errada do meu filho. Eu ensinei para ele o que é certo e errado”, concluiu.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar