ELEIÇÕES 2024

Nunes contra Marçal: dupla bolsonarista acirra tiroteiro verbal com insultos e provocações em SP

Atual prefeito da capital e candidato influenciador digital sobem o tom dos discursos com xingamentos e acusações de ambos os lados

Ricardo Nunes e Pablo Marçal.Créditos: Julio Costa Barros / Fórum
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Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, e Pablo Marçal (PRTB), ex-coach e candidato à prefeitura da capital, travam nesta quarta-feira (4) mais um capítulo da guerra verbal iniciada durante a campanha eleitoral municipal, mas que tem se intensificado nos últimos dias com provocações, insultos e acusações.

Nunes consolida cada vez mais a bolsonarização do seu discurso à medida que o influenciador digital seduz o eleitorado de extrema direita e sobe nas pesquisas de intenção de voto. O atual prefeito não poupou insultos a Marçal durante agenda ao lado do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), na terça-feira (3), no Centro Histórico da capital.

"É um cara que tem se demonstrado uma figura repugnante. Mentiroso! É o Pinóquio, né?", disse Ricardo Nunes ao lado do candidato a vice-prefeito em sua chapa, coronel Ricardo Mello Araújo – o ex-PM imposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para que o PL embarcasse na campanha do prefeito.

A dupla de Ricardos já havia iniciado a ofensiva mais pesada na última semana. "[Marçal] está envolvido até o nariz e com pessoas do seu partido ligadas ao PCC [Primeiro Comando da Capital]. Existe uma quadrinha em torno do candidato", disparou Nunes. "É um craque do estelionato que faz promessas lunáticas", acrescentou o prefeito durante outro ato de campanha, na quinta-feira (29), em Guaianazes.

Os bolsonaristas Nunes e Marçal disputam o voto do eleitorado de extrema direita com a mesma agressividade e verborragia demonstrada por Bolsonaro. O ex-presidente é o principal padrinho político do prefeito da capital, mas ao mesmo tempo afaga e elogia o ex-coach.

O ex-coach insiste em aplicar técnicas de discurso, se fazendo de vítima e disparando frases de efeito na tentativa de produzir cortes para a internet. A última narrativa criada por Marçal é a da existência da organização secreta "consórcio comunista" formada para derrotá-lo. Segundo ele, sem dar provas, o grupo heterogêneo seria composto por Nunes, pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pelo apresentador José Luiz Datena (PSDB) e pela deputada Tábata Amaral (PSB).

"É nítido que todo mundo está contra mim. Mas o povo está comigo", afirmou o ex-coach terça-feira (3) ao se vitimizar durante agenda de campanha em um imóvel emprestado localizado próximo ao parque Ibirapuera, região nobre da capital paulista.

"Vi o Bolsonaro falando que qualquer candidato [à prefeitura de São Paulo] pode subir [no carro de som]. Agora vocês vão ter uma surpresa no 7 de Setembro", disse o candidato influenciador voltando a deixar um suspense dramático no ar, outra ferramenta narrativa para atrair a atenção da audiência.

Marçal tem aconselhado Nunes a não comparecer ao ato da extrema direita convocado por Bolsonaro no feriado da Independência do Brasil. "Se Nunes for, ele vai levar vaia das pessoas", provocou ele. "Ele não é homem para me atacar, porque o que eu tenho dele vai desmontar ele de uma vez. Tá lá dando uma brincadinha me envolvendo com o PCC, mas é um banana", acrescentou o ex-coach.