Uma seca extrema tem atingido mais de uma dezena de estados brasileiros nos últimos meses. Em meio à falta de chuvas e às queimadas que se espalharam pelo Brasil, as temperaturas também alcançaram marcos históricos — aliás, em todo o mundo: 2024 foi o ano mais quente já registrado, de acordo com o observatório europeu Copernicus.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) disse que 7 em cada 10 cidades do Brasil foram afetadas pela falta de chuva, que já atrasa mais do que o esperado.
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Mas essa situação deve finalmente se arrefecer nos próximos dias: a partir desta terça (24), a chuva vai retornar a regiões centrais do Brasil e a Minas Gerais (onde não chove há mais de 100 dias).
O Sul do Amazonas, o Pará, Roraima, Acre e Rondônia também devem ter incidência de chuvas, de acordo com o MetSul. No Nordeste, a chuva não deve ser predominante, mas pode haver pancadas na Bahia e no Rio Grande do Norte, intercaladas com sol.
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Também deve chover no Sudeste, mas a chuva promete ser irregular e em baixos volumes, em partes isoladas dos estados.
Embora parte da seca deste ano possa ser atribuída ao fenômeno El Niño (uma reação natural de aquecimento das águas do Pacífico Equatorial), em curso desde junho de 2023 e responsável por diminuir a média anual de chuvas, a baixa umidade pode ter relação com as mudanças ambientais em curso — os incêndios que se alastram por grandes hectares de áreas verdes, as bacias d'água que secam (e, sem chuvas, não se recuperam), e o aumento das temperaturas médias do planeta, que causam uma retração do fenômeno La Niña (que, ao contrário do El Niño, resfria as águas do oceano).
Os impactos da seca
Escassez hídrica, energia mais cara e problemas de saúde são os impactos mais comuns da seca, que variam de acordo com a região. Em lugares mais vulneráveis, a redução dos biomas nativos podem alterar as cadeias alimentares, a extração de recursos essenciais para a sobrevivência de comunidades tradicionais e a própria existência geográfica.
Os efeitos na agricultura familiar também já podem ser sentidos, principalmente em regiões da Amazônia e nos biomas semiáridos: os pequenos produtores não conseguem plantar nas terras arrasadas ou colher o que não cresce com a falta de chuvas.