CRIME AMBIENTAL

Polícia prende criminosos que provocaram incêndios em áreas protegidas no DF e RJ

Detidos são Sebastião Cloves da Silva, de 61 anos, e Jefferson Wender Alves dos Santos, de 19 anos; área equivalente a 2,7 mil campos de futebol foi destruída no Rio

Queimadas em área protegida de Brasília.Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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Incêndios criminosos devastaram áreas protegidas do Distrito Federal e do Rio de Janeiro nesta terça-feira (17). As Polícias Civil e Militar atuaram em conjunto para prender os responsáveis pelos crimes ambientais.

No Rio, um homem foi preso por iniciar um incêndio que destruiu uma área equivalente a 2,7 mil campos de futebol na APA Serra da Beleza, em Valença. Já em Brasília, outro suspeito, de 19 anos, foi detido por atear fogo em parte do parque Burle Marx. 

Sebastião Cloves da Silva, 61 anos, suspeito de iniciar um incêndio criminoso foi flagrado pela Polícia Civil. Imagens de segurança o flagraram ateando fogo à vegetação às margens da Rodovia RJ-143. O suspeito foi detido e seu veículo, roupas e capacete, utilizados no crime, foram apreendidos.

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) já controlou mais de 1,4 mil incêndios florestais desde a criação do Gabinete de Crise, na última quinta-feira. No entanto, dois focos ainda permanecem ativos, um em Volta Redonda e outro em São Fidélis.

No Distrito Federal, após ser detido com um galão de gasolina, o homem de 19 anos, identificado como Jefferson Wender Alves do Santos, foi conduzido à Coordenação Especial de Proteção ao Meio Ambiente, à Ordem Urbanística e ao Animal (Cepema), delegacia especializada em investigar causas e autuar responsáveis por incêndios.

A prisão acontece em um momento crítico para Brasília, que enfrenta a segunda maior estiagem de sua história, com 148 dias consecutivos sem chuva.

Brasília ocupa o segundo lugar no ranking das capitais brasileiras com maior período de estiagem em 2024, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Belo Horizonte lidera a lista, com mais de 150 dias sem chuva desde abril.

Governo entra com primeira ação contra danos climáticos

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), ingressou, nesta segunda-feira (16), com uma ação contra a Justiça do Pará por danos climáticos causados contra a Amazônia.

A ação, que é a primeira movida pelo governo federal por danos climáticos, pede R$ 635 milhões de reparação por sucessivas infrações ambientais registradas em 7.075 hectares em área de unidade de conservação federal.

Os danos foram causados à Floresta Nacional do Jamanxim. Entre elas, estão desmatamento, queimadas, aplicação de agrotóxicos, introdução de espécies exóticas, destruição de áreas de preservação permanente, além do impedimento à regeneração da vegetação nativa devido à criação ilegal de gado.

O valor da reparação foi calculado a partir do custo social da emissão de gases do efeito estufa resultantes dos danos ambientais. De acordo com o governo, a quantidade de emissões provocada pela degradação na área foi estimada em 1.139.075 toneladas de carbono.