A história extremamente macabra e que remete ao filme “Psicose”, do diretor britânico Alfred Hitchcock, foi relatada pela Fórum nesta quarta-feira (11). Agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontraram no último sábado (7), durante um atendimento, o corpo em decomposição de Maria Auxiliadora de Andrade Santos, de 75 anos.
O SAMU foi chamado pela própria filha, de 50 anos, que relatou estar com mal-estar e dores no peito. Ao chegar no local, na Vila da Penha, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, constataram que ela já estava melhor.
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Durante a finalização do atendimento, no entanto, eles perceberam um cheiro forte vindo de um dos quartos. Ao arrombarem o aposento, encontraram a idosa morta. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio.
Em depoimento, a filha, que é evangélica, contou que a mãe estava morta desde 28 de março, portanto há quase seis meses, e que ela rezava intensamente para que a mãe ressuscitasse.
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Vizinhos relatam ouvir as rezas
Segundo reportagem de Thayssa Rios, no jornal O Globo, vizinhos do pequeno prédio na Vila da Penha relataram ouvir, desde julho deste ano, Lucimar, a filha da idosa gritando durante a madrugada uma oração com palavras desconexas.
O responsável pelo prédio chegou a pedir ajuda a unidades públicas:
“No início era de manhã cedo, a gente ouvia ela fazendo orações em um tom de voz alto. Conforme os dias foram passando, foi aumentando tanto a frequência quanto o volume do clamor dela. Até que, no final de julho, ela gritava orações confusas, que não dava para entender exatamente o que era dito, durante as madrugadas inteiras. O nosso prédio só tem onze apartamentos e a maioria dos moradores são pessoas idosas, então acabou virando um problema e até uma preocupação”, descreve um morador que não quis se identificar.
O morador descreve ainda que as duas eram vistas pelo bairro. “Pareciam ter uma boa relação, vi muitas vezes as duas andando juntas pelo bairro. Teve um período que a Maria Auxiliadora ficou doente, a gente via a Lucimar levando ela de cadeira de rodas, mas desde o início do ano ela sumiu. A gente só não imaginou que tinha acontecido uma coisa dessas. Ninguém sentiu cheiro e nem desconfiou de nada”, contou.
O vizinho afirmou também que ninguém sentiu ou ouviu falar sobre mau cheiro no prédio.
“Também passou a ser cada vez mais raro ver a Lucimar, ela já não transitava tanto pelo prédio e nem a encontrava na rua. A gente só ouvia. Mas as contas do condomínio, por exemplo, estavam em dia e nunca soubemos de nenhum relato ou problema desse tipo de ela estar devendo alguma coisa.”
Loo após o corpo da mãe ser levado, no último domingo, as orações cresceram de intensidade, mas na segunda-feira, os gritos cessaram:
“Ela gritava, mas, ao mesmo tempo, não dava para saber o que exatamente ela estava dizendo. Ficou o domingo todo, durante o dia e noite, fazendo as orações sem parar. Pra gente, enquanto vizinho, foi um dia tenso porque o som que estava vindo do apartamento dela e aí fazia a gente lembrar do caos e do susto que tivemos no sábado, quando acharam o corpo já em composição. Foi tudo muito triste de presenciar. Mas depois, na segunda-feira, ficou um silêncio e as luzes do apartamento apagadas. E aí logo em seguida descobrimos que ela já não está mais aqui no prédio. A filha dela a levou, mas não sabemos para onde, mas ela garantiu que a mãe está bem”, encerrou.
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