A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou o empresário Igor Ferreira Sauceda, que perseguiu e matou o motoboy Pedro Kaique, réu por homicídio doloso triplamente qualificado, nesta terça-feira (6).
A decisão da juíza Isabel Rodriguez reconheceu que Igor teve a intenção de matar o motociclista após o perseguir e atropelar na Avenida Interlagos, em São Paulo, na madrugada do dia 29 de julho.
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Atualmente, o empresário está preso preventivamente desde a data do atropelamento. De acordo com as investigações, Igor matou Kaique após uma discussão por um retrovisor quebrado.
Na audiência de custódia na semana passada, que converteu a prisão de Igor de flagrante para preventiva, a juíza Vivian Brenner de Oliveira afirmou que o empresário usou o carro como uma "verdadeira arma".
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"As imagens são claras e demonstram que o indiciado utilizou o seu veículo como verdadeira arma. Pelas imagens é possível verificar que o réu perseguiu a vítima e que a perseguição apenas acabou quando ele atingiu a vítima", escreveu a magistrada.
Histórico de agressões e ameaças
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (4), os ex-sócios Beatriz Silva dos Santos, e seu irmão Eric Silva dos Santos, relataram um histórico de agressões, ameaças e racismo por parte de Igor.
"Ele debochava da nossa cara. Pobres e negros não vão conquistar nada aqui nesse meio, porque vocês estão num bairro de rico, com pessoas brancas", disse Beatriz. A ex-sócia também afirmou que Igor frequentemente proferia xingamentos e já chegou a cuspir nela e em seus familiares.
Já Eric contou que já sofreu agressão do empresário, em 2021, durante um desentendimento. "Ele me agrediu, me desferiu um soco no rosto", afirmou em entrevista.
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Mais de 400 pontos na carteira
A reportagem do Fantástico também mostrou que Igor possui 487 pontos na carteira de motorista, além de 101 multas, sendo 20 delas por ultrapassar o limite de velocidade.
O pai de Pedro Kaique, Alex Lúcio Figueiredo, questionou como um motorista com essa quantidade de pontos não teve sua carteira suspensa e o carro apreendido. “Porque eu tenho dinheiro eu posso fazer tudo o que eu quero? (...) Será que nossa vida vale um retrovisor? Não tem preço. Não tem dinheiro no mundo que pague uma vida", disse.
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