Transferido para o Centro de Detenção Provisória 2, em Guarulhos, na grande São Paulo, o empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, não consta como dono do Porsche Cayman amarelo 2018, avaliado em cerca de R$ 450 mil.
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O veículo de luxo foi usado por Sauceda para atropelar e matar o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, na madrugada desta segunda-feira (29) após discussão de trânsito.
O empresário é sócio do bar Beco do Espeto, localizado no Itaim Bibi, área nobre na região da Faria Lima na Zona Sul de São Paulo.
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No entanto, o Porsche está em nome de uma empresa localizada em Diadema, também na grande São Paulo.
O carro ainda tem R$ 24.587,08 em dívidas de IPVA, o imposto sobre veículos, e estaria sem seguro no momento da colisão, segundo dados da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Governo de São Paulo.
"Carro como arma"
Na terça-feira (30), o Tribunal de Justiça de São Paulo converteu para preventiva a prisão de Sauceda.
Em sua decisão, a juíza Vivian Brenner de Oliveira declarou que "não há irregularidade na prisão em flagrante de Igor [...] foram observados todos os requisitos constitucionais e legais [da prisão do réu], não havendo nulidade ou irregularidades a serem declaradas".
A magistrada também afirmou que Igor Sauceda teve uma "conduta delitiva de acentuada gravidade e periculosidade. As imagens são claras e demonstraram que o indiciado utilizou o seu veículo como uma verdadeira arma, perseguiu a vítima e a atingiu."
Além disso, a juíza também ressaltou que o fato de Igor não estar alcoolizado no momento do atropelamento "não afasta a gravidade de sua conduta. Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motociclista desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor, o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade."
"Ressalta-se que a vida é o bem mais precioso do ordenamento jurídico, de modo que aquele que se dispõe a tirá-la ou que demonstra desprezo tal que acredita que a vida equivale a um ínfimo bem material como no caso [...] não pode permanecer em liberdade sob pena de abalo grave à ordem pública [...] dessa forma, reputo que a conversão do flagrante em prisão preventiva é necessária ante a gravidade concreta do crime praticado e a fim de se evitar a reiteração delitiva, assegurando-se a ordem pública, bem como a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal", afirmou a juíza Vivian Brenner de Oliveira.
"Me fechou"
Em vídeo gravado por testemunha logo após o crime, Sauceda, que tem 27 anos, alegou que o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, o fechou e, por esse motivo, o teria atropelado, arrastado e esmagado em uma árvore na lateral da Avenida Interlagos.
Sauceda se justifica ao ser filmado por uma testemunha logo após o acidente, enquanto o motociclista ainda agonizava.
“Ele que me fechou, ele estava vindo atrás de mim”, diz o empresário, andando e retirando o celular da cintura.
“O cara [motociclista] chutou seu retrovisor e você veio atrás do cara. Você matou o cara por causa de um retrovisor, malandro”, diz a testemunha.
Pedro Kaique foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.