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Novo playboy do Porsche tem prisão mantida pela Justiça: "Usou o carro como arma"

Igor Ferreira Sauceda perseguiu com seu Porsche amarelo e matou o motoqueiro Pedro Kaique, de 21 anos

Novo playboy do Porsche tem prisão mantida pela Justiça: "Usou o carro como arma".Créditos: Reprodução redes sociais
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O Tribunal de Justiça de São Paulo converteu nesta terça-feira (30) para preventiva a prisão de Igor Ferreira Sauceda, que, dentro de seu Porsche amarelo, perseguiu, atropelou e matou o motociclista Pedro Kaique Ventura Figueiredo. 

Em sua decisão, a juíza Vivian Brenner de Oliveira declarou que "não há irregularidade na prisão em flagrante de Igor [...] foram observados todos os requisitos constitucionais e legais [da prisão do réu], não havendo nulidade ou irregularidades a serem declaradas".

A magistrada também afirmou que Igor Sauceda teve uma "conduta delitiva de acentuada gravidade e periculosidade. As imagens são claras e demonstraram que o indiciado utilizou o seu veículo como uma verdadeira arma, perseguiu a vítima e a atingiu."

Além disso, a juíza também ressaltou que o fato de Igor não estar alcoolizado no momento do atropelamento "não afasta a gravidade de sua conduta. Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motociclista desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor, o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade."

"Ressalta-se que a vida é o bem mais precioso do ordenamento jurídico, de modo que aquele que se dispõe a tirá-la ou que demonstra desprezo tal que acredita que a vida equivale a um ínfimo bem material como no caso [...] não pode permanecer em liberdade sob pena de abalo grave à ordem pública [...] dessa forma, reputo que a conversão do flagrante em prisão preventiva é necessária ante a gravidade concreta do crime praticado e a fim de se evitar a reiteração delitiva, assegurando-se a ordem pública, bem como a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal", afirmou a juíza Vivian Brenner de Oliveira. 

Companheira de motociclista assassinado desabafa

Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, morreu por volta das 1h30 da manhã desta segunda-feira (29), na Avenida Interlagos, Zona Sul de São Paulo, após ser atropelado pelo novo Playboy da Porsche, um motorista de um Porsche amarelo. A vítima deixa a companheira e um filho de três anos.

A companheira do motociclista, Kailany Costa, lamentou a perda nas redes sociais. “Estou sem chão”. A jovem também compartilhou momentos especiais que os dois viveram juntos, agradecendo por tudo que aprenderam um com o outro. “Você me ensinou tudo, amor, menos a viver sem você", desabafou. "Fui em casa e estava vazio sem você. Não consigo. Tudo me lembra você, me lembra nós dois e tudo que ainda íamos construir juntos".

O pai de Pedro, Alex Lúcio Figueiredo, também manifestou sua indignação com o ocorrido, considerando o atropelamento como um ato injustificável. Em declarações à imprensa, ele questionou: "Por mais que ele tenha quebrado o retrovisor, não justifica ele ter tirado a vida do menino. A vida vale um retrovisor? Agora ele vai poder voltar atrás e trazer meu filho para dentro de casa, para dentro da família? Meu filho está lá deitado no necrotério e eu não posso fazer nada", disse.

Testemunhas relataram que o motorista do Porsche discutiu com o motoboy por causa de um retrovisor quebrado pouco antes do acidente. Após a discussão, ele perseguiu o motociclista até o final da Avenida Interlagos, onde ocorreu a colisão fatal.  Igor Ferreira Sauceda, o novo playboy do Porsche, prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (29), no 11º Distrito Policial de São Paulo, em Santo Amaro. 

O caso foi registrado como homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal, por conta da presença de sua namorada no veículo. Preso em flagrante, ele ainda vai passar por audiência de custódia nesta terça-feira (30). O delegado Edilzo Correia de Lima indiciou o motorista por homicídio doloso eventual, alegando motivo fútil ou torpe. A Polícia Civil inicialmente classificou o caso como homicídio culposo e lesão corporal.

No entanto, após novas investigações e análise de imagens, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) alterou a classificação para homicídio doloso eventual, com a alegação de motivo fútil ou torpe. A Justiça ainda decidirá se a prisão em flagrante será convertida em preventiva, conforme pedido da Polícia Civil. A defesa do motorista, por sua vez, negou o consumo de bebidas alcoólicas pelo cliente.

O teste do bafômetro realizado em Igor apresentou resultado negativo para a presença de álcool. As imagens das câmeras de segurança registraram o momento da colisão. Relembre o caso:

 

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