INVESTIGAÇÃO

Médica que sequestrou bebê é indiciada por tráfico de pessoas e falsidade ideológica

Claudia Soares Alves planejou o crime meses antes e procurava formas de adoção ilegal em diversos estados, segundo inquérito

Sequestro de recém-nascida em Uberlândia.Créditos: Reprodução de Vídeo
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A médica neurologista Claudia Soares Alves, que sequestrou um bebê recém-nascido no mês passado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), em Minas Gerais, foi indiciada por tráfico de pessoas e falsidade ideológica, nesta terça-feira (6).

O crime aconteceu no dia 24 de julho e câmeras de segurança filmaram o momento em que Claudia sequestra um bebê três horas após seu nascimento. De acordo com o inquérito da Polícia Civil concluído na última sexta-feira (2), a médica utilizou um nome falso, se passou por pediatra e aproveitou da sua posição de professora universitária para facilitar sua entrada no hospital. 

As investigações também apontaram que ela agiu sozinha e tinha o objetivo de sequestrar exatamente um bebê do sexo feminino. “Ela (Cláudia) entra no primeiro quarto. No primeiro quarto tem dois meninos recém-nascidos. Ela joga aquela conversa dela, conversa de médica. Entra no segundo quarto. No segundo quarto, tem um menino e tem uma menina. Ela estava à procura de uma menina e essa menina não necessariamente seria a que foi sequestrada”, disse o delegado Marcos Tadeu de Brito Brandão, delegado-chefe de Uberlândia, em entrevista ao Fantástico.

Adoção ilegal

Ainda de acordo com a investigação da polícia, Cláudia planejou o crime com meses de antecedência. A médica chegou a fingir que estava grávida para familiares e amigos, enquanto procurava crianças que poderiam ser adotadas ilegalmente em outros estados. "Ela comprou enxoval para bebês, e procurou, em outros estados da federação, crianças aptas a serem adotadas ilegalmente por ela, utilizando, nessa última conduta, de fraude e aliciando pessoas vulneráveis para entregarem seus recém-nascidos".

O inquérito também aponta que ela chegou a tentar a adoção legal e foi considerada apta, apesar de sua defesa alegar laudos médicos psiquiátricos para comprovar que  incidente de insanidade mental.

"O processo judicial [do cadastro na fila de adoção] indicou aptidão psicológica favorável à ela, inclusive se baseando em documentação fornecida por ela durante o feito", afirma a polícia.

Relembre o caso

Na noite do dia 24 de julho, Claudia, se passando por pediatra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) sequestrou uma bebê recém-nascida de apenas três horas da ala da maternidade. A médica, vestida com jaleco, máscara e crachá da instituição, enganou os pais e funcionários da unidade. A recém-nascida foi resgatada na parte da manhã em Itumbiara, no estado de Goiás, e Claudia foi presa em flagrante.

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