ELEIÇÕES 2024

Debate na Band reúne Boulos, Nunes, Datena, Marçal e Tabata; o que esperar de cada um

A campanha oficial só é permitida a partir do dia 16 de agosto, mas o tradicional debate na emissora da família Saad vai apresentar as estratégias que serão levadas para as ruas e redes sociais dos principais candidatos

Boulos, Nunes, Datena, Marçal e Tabata participam de debate na Band.Créditos: Agência Câmara / Agência Brasil / TV Band / Alesp
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O debate na Band, que acontece na próxima quinta-feira (8), dá a largada para as eleições municipais de 2024.

A campanha oficial só é permitida a partir do dia 16 de agosto, mas o tradicional debate na emissora da família Saad vai apresentar as estratégias que serão levadas para as ruas e redes sociais dos principais candidatos.

Em São Paulo, o debate contará com os cincos pré-candidatos melhor posicionados nas pesquisas de intenção de votos: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

A última pesquisa Quaest mostra um triplo empate técnico na liderança com Nunes marcando 20% e Boulos e Datena logo atrás, com 19%. Marçal registra 12% das intenções de voto e Tabata 5%.

Atual prefeito de São Paulo e envolvido na investigação da Polícia Federal (PF) sobre a Máfia das Creches, que indiciou 116 pessoas, Nunes tem sido aconselhado por aliados próximos a faltar ao debate.

Nunes, que foi acusado em 2011 pela esposa Regina Carnovale Nunes de violência, ainda teme que tenha que enfrentar um novo escândalo.

Na convenção partidária do PRTB, no domingo (4), Marçal afirmou que revelará no debate o nome de dois candidatos que, segundo ele, são "cheiradores de cocaína". Como o "coach" não tem escrúpulo e nenhum compromisso com a verdade, Nunes teme que ele seja um dos acusados.

Veja a estratégia de cada um dos candidatos para o debate na Band

  • Guilherme Boulos (PSOL)

Candidato de Lula, Boulos vai focar em Ricardo Nunes e associar o candidato à reeleição a Jair Bolsonaro (PL). O atual prefeito de São Paulo tem um apoio envergonhado do ex-presidente, que é rechaçado por 64% dos paulistanos. Em sua estratégia, o deputado do PSOL pretende desnudar a simbiose entre os dois ultradireitistas

Além disso, Boulos buscará um tom propositivo, trazendo soluções para os problemas da capital paulista a partir da experiência das gestões progressistas, principalmente de Marta Suplicy, sua vice.

Boulos ainda precisará exercitar o controle emocional para não cair em provocações e cascas de banana, especialmente de Marçal e Tabata. No entanto, se atacado, Boulos deve revidar.

  • Ricardo Nunes (MDB)

Oficialmente candidato de Bolsonaro, caso decida ir ao debate, Nunes deve ser a principal "vidraça". Ciente disso, o atual prefeito da capital deve centrar seu revide em Guilherme Boulos.

A escolha está atrelada a questões sensíveis para a campanha medebista. Nunes não poderá revidar ataques de Marçal para não melindrar o eleitorado bolsonarista, que está dividido entre os dois. 

Da mesma forma será com Datena, a quem Nunes já cortejou e onde vê uma chance de avançar no eleitorado além da ultradireita.

  • José Luiz Datena (PSDB)

Apresentador da emissora, Datena se sentirá em casa e pode ser o grande fator surpresa do debate. Conhecedor do quadro de segurança pública da cidade, o jornalista deve usar o tema para emparedar Nunes.

Datena ainda conta com dois fatores positivos: o fato de ser um bom comunicador e de ter uma imagem já construída diante da população, o que impede ataques mais raivosos.

A principal dúvida é como Datena se comportará com Boulos, de quem é amigo pessoal, mas disputa uma parcela da mesma base eleitoral.

  • Pablo Marçal (PRTB)

O "coach" já sinalizou que atuará como franco atirador, disparando a metralhadora giratória contra todos os adversários - exceto Datena, a quem ainda não atacou.

O tom foi dado na convenção que o alçou à pré-candidato, em que prometeu revelar que dois adversários são usuários de cocaína. 

Sem escrúpulos, Marçal é um Bolsonaro - de quem busca ser ungido - piorado. Com propostas irreais sobre a cidade, ele deve centrar sua estratégia em ataques baixos.

  • Tabata Amaral (PSB)

Candidata de Geraldo Alckmin (PSB), a deputada deve ter como foco principal Guilherme Boulos, com quem divide o eleitorado progressista da capital - embora ela esteja mais na centro esquerda neoliberal.

Tabata também deve mirar Ricardo Nunes, com quem disputa uma parcela dos votos na zona sul da capital, e trocar farpas com Marçal, que lhe deu visibilidade ao divulgar fake News sobre a relação dela com o pai.

Mais atrás nas pesquisas - não chega aos dois dígitos -, Tabata deve aproveitar o debate para medir a temperatura da sua candidatura.