Neste sábado (20), Guilherme Boulos (PSOL) foi aclamado como o candidato a prefeito da coligação Amor por São Paulo, que conta com oito partidos e pretende derrotar o bolsonarismo na maior cidade do país.
O evento contou com mais de 10 mil apoiadores, mas fontes da organização revelaram que mais de 14 mil pessoas se inscreveram para participar e alguns não puderam entrar na convenção.
No palco, a bancada estaduais e federais de São Paulo dos partidos, diversos ministros do governo Lula, como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Marina Silva (Meio Ambiente), Marcio Macedo (secretário da Presidência), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Luiz Marinho (Trabalho).
Boulos abriu seu primeiro discurso oficial como candidato à prefeitura de São Paulo dizendo que estava sentindo "cheirinho de vitória".
Foi antecedido pelos presidentes dos partidos da coligação, que conta com PSOL, PT, PV, Rede, PDT, PMB, PCdoB e PCB, e pelos ex-prefeitos que estarão intensamente na campanha: Luiza Erundina, que foi sua vice em 2020, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Marta Suplicy.
Marta disse que voltou de onde "nunca devia ter saído", afirmou que está afinadíssima para governar com Boulos, e ressaltou a importância do presidente Lula em uma eventual gestão. Além disso, anunciou o compromisso de 50% de mulheres em um eventual secretariado.
Boulos fez um extenso discurso, ressaltando seu programa de cinco pontos para São Paulo, e garantindo a confiança necessária para a campanha.
Lula fez jus ao esforço que tem depositado na campanha, esforço que é confirmado por todas as figuras próximas do candidato da esquerda e do presidente. A eleição de Boulos é a prioridade nacional da frente democrática em 2024. O presidente a definiu como uma das batalhas finais contra o bolsonarismo. Para ele, vencer São Paulo é abrir força para vencer as eleições de 2026.
“O Boulos é o meu candidato. Eu me sinto tão candidato quanto ele. Eu quero ser responsável pela vitória dele. Mas, muito mais do que eu, vocês'”, afirmou.
De fora do palco
No palco, estavam as lideranças dos partidos. Na parte mais próxima do palco, estavam os candidatos a vereador da coligação. Uma cena, em particular, foi marcante: o sheikh Rodrigo Jalloul, do PT, estava ao lado da drag queen Salete Campari, do mesmo partido.
O gesto da campanha será "o coração". Contudo, até o movimento emplacar, os militantes têm feito o "L" mesmo. Após conversar com lideranças, ficou claro que a campanha está entusiasmada pela vitória e até partidos menos próximos do psolista têm se demonstrado entusiasmados com a candidatura, inclusive o próprio PDT, que participou com seus candidatos e com o presidente Antônio Netto.
A base parece confiante e a mobilização está intensa. As crises na campanha Nunes - e as ameaças de Milton Leite - tem fortalecido uma campanha unida da esquerda frente a uma direita desorganizada, caótica e visivelmente perdida na batalha pelo terceiro maior orçamento da união.