Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada no fim da tarde desta segunda-feira (26) mostra que o coach Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, só saiu da cadeia em 2005 após delatar os líderes da quadrilha de fraude a bancos que ele integrava. Marçal foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão em 2010 por furto qualificado.
A publicação teve acesso aos documentos que compõem o processo em que o coach foi considerado culpado por selecionar as vítimas que seriam enganadas pelos golpistas. Nos autos, o delegado da Polícia Federal que chefiou o inquérito que investigava o grupo pede ao juiz do caso que Marçal seja colocado em liberdade, dispensando a continuidade de sua prisão preventiva, uma vez que o criminoso já havia entregado os comparsas.
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No inquérito, a versão de Marçal, de que não sabia de nada e que seria apenas um simples técnico de manutenção de computadores, é desmontada pelos agentes, que informam também ao magistrado que o então acusado já havia colaborado e dado os nomes e informações sobre os outros bandidos que atuavam no grupo.
“Pelo acima exposto, não se faz mais necessária a manutenção de sua prisão temporária”, diz o ofício da PF encaminhado à Justiça em 2 de setembro de 2005, acrescentando que Marçal “repassou várias informações a respeito de vários envolvidos com o esquema de fraudes via internet". O documento ainda frisa que ele revelou “onde (os comparsas) continuariam operando o esquema”.
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No trâmite do processo, tempos depois, em uma audiência realizada com os réus, um policial federal que participou das diligências para desbaratar o bando reiterou ao juiz do caso que Marçal foi de fato fundamental com sua “colaboração na elucidação de alguns pontos da investigação”.