A ação movida pelos advogados de Tabata Amaral (PSB) que pede uma investigação para colocar fim das "premiações" pagas por Pablo Marçal (PRTB) a pessoas que propagam conteúdo de seu discurso de ódio e fake News nas redes sociais causou pânico na milícia digital que o ex-coach mantém em um grupo no Discord intitulado "Cortes do Marçal".
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Na ação, a defesa de Tabata pede a abertura para investigar o adversário na disputa à prefeitura de São Paulo por "abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação", que pode resultar na cassação do registro de candidatura e na inelegibilidade de Marçal por 8 anos.
O PSB ainda pede a quebra de sigilo fiscal e bancários das empresas do ex-coach, que pode expor o esquema de pagamento, que varia entre R$ 10 mil a R$ 15 mil reais, aos cerca de 4 mil inscritos no "Cortes do Marçal", que são remuneradas em uma competição sobre quem propaga mais conteúdo.
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Entre os integrantes do grupo, a informação caiu como uma bomba. Já a campanha vê a possibilidade de uma sentença judicial implodir a estrutura que levou o ex-coach ao segundo lugar da disputa à prefeitura na capital paulista, crescendo 7 pontos e chegando a 21% das intenções de votos, segundo o Datafolha - atrás de Guilherme Boulos (PSOL), que lidera com 23%.
Reportagem da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, mostra que os participantes do grupo de Marçal estão desesperados com a possibilidade do fim da remuneração.
"Verdade que o campeonato de cortes do Pablo Marçal vai acabar? Ou é só abobrinha?", perguntou um integrante de nome David. "Mas e se for tirar ele como foi em 2022?", emendou outro participante, identificado como Zyan.
Em 2022, Marçal teve o registro de candidatura cassado justamente por abuso de poder econômico. Com R$ 195 milhões declarados de patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-coach também foi investigado por usar verba do fundo partidário para pagar o aluguel de jatinhos da própria empresa, usados por ele na campanha de 2022.
Um administrador do grupo prometeu aos membros que a premiação "não vai acabar, não". No entanto, a resposta teria sido insuficiente e a desconfiança continuou.
"Alguém sabe dizer se podemos fazer cortes dos vídeos do Marçal das reportagens referente a candidatura a prefeitura de SP? Não quero prejudicar...caso não possa", disse uma participante, segundo a Folha.