A polêmica do uniforme da delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris, que terminaram neste domingo (11) deixou um tema solto no ar: a moda evangélica. Muitos, até mesmo em forma de meme, criticaram as roupas do time brasileiro dizendo que os cortes e aparências remetiam às roupas tradicionalmente evangélicas. Mas será que isso existe? Pelo jeito sim, e cada vez mais forte. Desde então, vários canais e veículos de comunicação tem publicado sobre essa realidade cada vez mais forte na sociedade brasileira: a “moda gospel”. Que é muito mais diversa do que parece ser.
A forma “evangélica” de se vestir passou por uma notável transformação ao longo dos anos. Antes restrito a saias e vestidos longos, o guarda-roupa das mulheres cristãs hoje é marcado por uma vasta gama de opções que aliam, pelo menos ao seu próprio olhar, estilo, elegância e um toque de recato. A evolução do segmento possibilitou o uso de roupas que se adequam tanto aos cultos religiosos quanto ao cotidiano, incluindo o ambiente de trabalho e o convívio familiar. Atualmente, até mesmo o mercado de moda esportiva tem sido explorado, oferecendo alternativas para aquelas que frequentam academias e praticam atividades físicas.
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O cenário atual é caracterizado por uma moda mais versátil, atemporal e repleta de atitude. A moda evangélica surgiu da necessidade de atender mulheres que “valorizam um estilo conservador”, alinhado ao que chamam de “princípios bíblicos”, o que faz com que isso se transforme num lucrativo nicho de mercado, que tem ultrapassado as barreiras religiosas, com um estilo que cada vez mais consegue “furar a bolha” das igrejas e chegar a espaços antes inimagináveis.
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Um dos exemplos mais clássicos desse crescimento, é o fato de que a Shopee registrou um aumento significativo na procura por itens de moda evangélica para academia no último ano. Algumas categorias apresentaram um crescimento superior a seis vezes nas buscas, evidenciando a demanda crescente por peças que aliam estilo, conforto e respeito às crenças religiosas.
Esse estilo mais modesto, agora conhecido como moda fitness evangélica, tem ganhado popularidade nas academias. Com uma ampla variedade de produtos, a plataforma oferece mais de 300 opções de moda fitness evangélica em sua plataforma, comercializadas por mais de 170 vendedores cadastrados. Esses itens atendem a um público cada vez maior, que busca alternativas de vestuário que conciliam modéstia e funcionalidade.
Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram a maior oferta desses produtos no aplicativo, enquanto Bahia, Ceará e Paraná também se destacam como regiões com forte demanda.
Nos últimos 12 meses, os termos mais pesquisados na plataforma revelam a preferência por peças versáteis e confortáveis: as buscas por “moda evangélica academia” cresceram quatro vezes; por “saia calça fitness evangélica”, aumentaram 2,7 vezes; e por “legging academia com saia evangélica”, o crescimento foi de seis vezes.
Teologia do domínio?
Não é de hoje que se fala em “moda evangélica”. Há algumas décadas esse tema já tem aparecido aqui e ali, com lojas e departamentos dedicados a atender essa fatia importante do mercado. Não é de se espantar que, na teologia do domínio (tão falada hoje em dia), um dos “sete montes” a serem conquistados, dominados e ocupados é a economia.
Na teoria por trás da teologia, os cristãos têm que conquistar sete “montes” ou “patamares” ou lugares de poder para que seu domínio seja sentido e “abençoe a nação”. São eles:
Família – lar
Religião – a igreja
Educação – escolas
Governo – politica
Mídia – comunicações
Artes – entretenimento e esportes
Economia – negócios, comércio, ciência e tecnologia
Uma coisa é certa: a realidade está posta e a “moda evangélica” já faz parte do cotidiano da sociedade brasileira. E que venha Los Angeles 2028.