Os estudantes secundaristas da Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas (SP), se mobilizaram contra a inclusão da instituição na lista de escolas marcadas para se tornarem “cívico-militares” e, num primeiro momento, venceram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos entusiastas do projeto de militarização da educação. No entanto, após a vitória, perceberam que a instituição seguia listada.
A mobilização começou na última segunda-feira (29), quando os estudantes retornavam das férias de julho, e contou com o apoio do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), além de movimentos sociais presentes na cidade.
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Naquela noite, ocorreu uma reunião do Conselho da escola na qual o grêmio estudantil participou e, junto com os professores, cobrou uma posição da diretoria acerca da conversão da instituição em escola cívico-militar.
“Apesar da resistência dos defensores do projeto, a reunião aprovou por 14 votos a 5 a retirada do nome da escola do processo de militarização”, relata uma nota enviada à reportagem pelos estudantes.
No dia seguinte, 30 de julho, os estudantes passaram em cada sala de aula para expor a pauta e discuti-la com toda a comunidade escolar. Os professores apoiaram a iniciativa, que cobrava da diretoria a “retirada imediata” da escola do projeto.
O episódio só teria uma primeira conclusão na última quarta-feira (31), quando a diretora da escola passou nas salas de aula e anunciou que a E. E. Aníbal de Freitas seria retirada da lista de militarização. Os secundaristas compartilharam com a reportagem um áudio que comprova a decisão.
No entanto, nesta quinta-feira (1), quando os estudantes se organizavam para fazer uma nova assembleia que decidiria os próximos passos do movimento, ficaram sabendo que a escola seguia listada para o projeto.
“Estamos com um problemão, porque a diretora prometeu que ia tirar a escola da inscrição, mas a escola continua lá. Hoje abriu para votação e está aberto na sede para votar. Ela (diretora) falou que ia ver com a ouvidoria para saber por que a votação está em aberto. O que eu sei é que já tem gente votando. De qualquer forma, precisamos nos posicionar. Precisamos instruir os alunos e os pais que são contrários ao projeto para votarem. Porque se ela (a diretora) não conseguiu tirar isso da sede a coisa for para frente, vamos ter que judicializar. Enquanto isso, precisamos nos posicionar e angariar o maior número de votos”, afirmou uma professora, em outro áudio cedido pelos estudantes.
Antes de chegarem as notícias de última hora, o objetivo era expandir o movimento para escolas de todo o Estado, uma vez que teria sido vitorioso ali em Campinas. Uma manifestação estadual já era convocada para o próximo dia 14 de agosto na Avenida Paulista, mas os secundaristas precisaram dar um passo atrás. Agora estão novamente debatendo o projeto e buscando angariar votos contrários.