Na região central do Rio, em Santa Teresa, uma professora do Ensino Fundamental foi detida em flagrante na Escola Municipal Estados Unidos na tarde desta sexta-feira (7). A família de uma estudante de 8 anos acusou Cristiani Bispo de racismo contra a criança.
De acordo com a família, Bispo já vinha fazendo ofensas há algum tempo e recentemente voltou a cometer atos racistas, referindo-se à menina como “preta do cabelo duro”. A profissional foi afastada pela Secretaria Municipal de Educação.
Te podría interesar
"Na quarta ela chamou minha filha de lixo e disse que ela usava crack. Na quinta, eu fui lá, reclamei com a direção e fiz um registro contra ela. Hoje, novamente ela chamou minha filha de preta, cabelo duro e que ela mora debaixo da ponte. Eu chamei a polícia, até contra os policiais ela disse ofensas", revelou Lorhane Sampaio, mãe da menina de 8 anos, ao g1.
Diz a nota da Secretaria de Educação:
"A Secretaria Municipal de Educação afastou a professora de suas funções e instaurou uma sindicância para apurar o caso. Os alunos e seus responsáveis foram acolhidos e receberam apoio da equipe gestora da escola. A Secretaria reforça que qualquer forma de discriminação contra alunos é inadmissível, rigorosamente combatida e punida. A professora está sujeita a ser demitida do serviço público ao término da apuração.
Te podría interesar
Desde 2021, a Secretaria foi uma das pioneiras no Brasil ao instituir a Gerência de Relações Étnico-Raciais (GERER), dedicada a implementar políticas e práticas educativas que combatam o racismo e valorizem a história e a cultura afro-brasileira e indígena, formando alunos e professores comprometidos com a igualdade racial."
Uma multidão de estudantes se aglomerou na entrada da escola, clamando por justiça em apoio à colega. A mãe se dirigiu ao local e chamou os policiais militares do 4º BPM, de São Cristóvão. De acordo com a Polícia Civil, a professora foi detida em flagrante por injúria racial e o caso foi levado à Justiça. Embora o local também abrigue uma escola estadual, sob um acordo de compartilhamento de imóvel, o caso envolveu apenas a equipe da escola municipal.
Devido a uma pressão arterial descontrolada, a professora precisou ser atendida antes no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Embora houvesse relatos nas redes sociais de que a mãe teria agredido a professora, essa situação não foi oficialmente confirmada.