CRISE CLIMÁTICA

Rio Grande do Sul: Nível do Guaíba volta a subir, água transborda e causa novas inundações

Segundo a MetSul, vento forte durante a madrugada causou elevação acentuada de 40 cm no nível da água

Porto Alegre registra novos pontos de alagamento com cheia do Guaíba.Créditos: Donaldo Hadlich/Código 19/Folhapress
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O alívio com a redução do nível do Guaíba, em Porto Alegre (RS), durou pouco. Na madrugada desta segunda-feira (3), a água voltou a subir, ultrapassou a cota de inundação e transbordou, causando novos alagamentos em vias da capital gaúcha. 

Segundo a MetSul, a elevação do nível da água, de 40 cm, foi causada por um vento forte que atingiu a cidade. A empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que há pontos de alagamento na avenida Praia de Belas, avenida Aureliano Figueiredo Pinto, Borges de Medeiros e Rótula das Cuias.

De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), no domingo (2) o nível do Guaíba era de 3,49 metros e, nesta segunda-feira, o nível saltou para 3,79 metros. 

Paulo Pimenta percorre o RS

Paulo Pimenta, o ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, percorreu o Vale do Taquari neste domingo (2), uma das regiões mais destruídas pelas inundações que atingem o estado. Pela manhã, deu uma entrevista coletiva em Muçum em que prometeu agilizar o repasse de recursos federais para a construção de casas destinadas à população desalojada do município.

“Por orientação do presidente Lula nós estamos visitando todos os municípios que foram atingidos por essas enchentes. Estamos agora juntos procurando encontrar mecanismos que possam acelerar a questão relativa à construção das casas. A Prefeitura já adquiriu terrenos em áreas seguras, já há a destinação dos recursos por conta da Defesa Civil para a construção de 180 casas aqui no município, além de mais um grupo de casas que serão construídas em parceria com o governo do Estado”, afirmou.

Muçum foi um dos municípios mais atingidos pelas cheias do ano passado e mal se recuperava das perdas materiais e humanas quando foi atingido pelas inundações recentes. Ao lado de Wolnei Wolff, secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, e do prefeito Mateus Trojan (MDB), Pimenta visitou a Rua Taquari, onde 27 residências foram destruídas pela enxurrada. Não sobrou nada.

Pimenta ainda prometeu trabalhar junto ao Governo Lula para viabilizar um socorro às empresas gaúchas que recupere sua saúde financeira e evite o aumento do desemprego. Ao todo, são R$ 15 bilhões que serão destinados em créditos para empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. Segundo o ministro, a juros zerados e bastante tempo hábil para fazer o pagamento.

“Agora estamos vendo com a Defesa Civil como o governo federal pode ajudar com a parte da infraestrutura urbana e vamos também acelerar nessa semana o debate em torno da manutenção dos postos de trabalho. Já fizemos várias reuniões e fechamos alguns acordos com empresas e setores no sentido de encontrar mecanismos que garantam a manutenção dos empregos e, ao mesmo tempo, buscar apoios que a legislação permita para que as empresas recebam por parte do Governo Lula o apoio e não rompam os vínculos empregatícios e manter os postos de trabalho”, disse o ministro.

De tarde o ministro gravou novo vídeo enquanto atravessava o Rio Forqueta por meio de uma passadeira improvisada pelo Exército. O local faz parte da ligação entre Arroio do Meio e Lajeado, dois importantes municípios da região. Nas imagens é possível ver o nível precário dos deslocamentos nas regiões atingidas.

Números do colapso gaúcho

Na manhã deste domingo (2) a Defesa Civil divulgou que o nível do Guaíba caiu para 3,46 metros, o menor desde o início do desastre mas ainda alto demais para que o sistema de drenagem da Região Metropolitana possa funcionar. É preciso que baixe mais meio metro.

Até aqui, foram 172 mortos e mais de 580 mil desabrigados pelas inundações.