Uma empresa terceirizada, contratada pela prefeitura de Porto Alegre, desistiu de recolher os entulhos da cidade causados pelas inundações um dia após assumir o serviço.
Na quarta-feira (19), a prefeitura anunciou que havia contratado a empresa Master Construções e Serviços Ambientais para os serviços de transporte de Resíduos Sólidos do Desastre Natural (RSDN) ao aterro de Gravataí.
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Na quinta-feira (20), o secretário municipal de Serviços Urbanos, Assis Arrojo, o secretário adjunto de Parcerias, Jorge Murgas, e o diretor-geral adjunto do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Vicente Marques, realizaram reunião com a empresa para planejamento e mobilização imediata para início dos trabalhos.
Porém, um dia após a contratação, na sexta-feira (21), a prefeitura informou que a Master desistiu de realizar o serviço “devido a dificuldades com maquinário e mão de obra”. Para assumir seu lugar, o órgão anunciou outra empresa terceirizada, a MCT Transportes, que ficou em segundo lugar no edital.
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Ainda na quinta-feira, a prefeitura afirmou que o representante da Master abriu mão de atender o lote 3 devido à quantidade de maquinário e mão de obra.
Processo de contratação
De acordo com as informações do site da prefeitura de Porto Alegre, a contratação foi realizada com dispensa de licitação, de acordo com a legislação vigente, em três lotes para atender os locais distribuídos em diferentes regiões da cidade. O serviço teria prazo de execução de 30 a 45 dias, conforme o Termo de Referência, de acordo com cada lote de bota-espera, a contar da ordem de início. O serviço englobava a carga e transporte de resíduos gerados pelo desastre climático, com fornecimento de equipamentos, caminhões e mão de obra, incluindo operadores e motoristas.
O primeiro lote teria origem no bota-espera situado na rua Voluntários da Pátria, 3522, o segundo contemplando o bota-espera da avenida Voluntários da Pátria esquina com a rua Seis, e o terceiro voltado ao recolhimento do bota-espera da avenida Loureiro da Silva, nas proximidades da Receita Federal.
Com a nova empresa contratada, o esquema de recolhimento continua o mesmo anunciado anteriormente.
Moradores sofrem com entulhos
Enquanto a prefeitura negocia com empresas o recolhimento dos entulhos pela cidade, moradores sofrem tentando retornar às suas casas. No bairro Sarandi, na periferia de Porto Alegre, a população está há semanas em meio a montanhas de lixo e entulho, além de não terem água nem luz no bairro.
As imagens de um vídeo gravado pelo jornalista e fotógrafo Alass Derivas mostram a dimensão da tragédia no Sarandi. São casas, pedaços de árvores e objetos que se amontoam pelas ruas do bairro, junto à lama e poças de água, e tornam praticamente impossível a retomada dos moradores.