Ronnie Lessa, o miliciano condenado como executor do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes em 2018, foi transferido nesta quinta-feira (20) do Presídio Federal de Campo Grande (MS) para o Complexo Prisional de Tremembé (SP). Mas uma suspeita do Sindicato dos Policiais Penais de São Paulo (Sifuspesp) de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria tramando sua morte pode mudar tudo.
O Sindicato afirma que o clima no presídio seria de "tensão" por conta da chegada do detento, que estaria "decretado" pelo PCC, e pediu ao Supremo Tribunal Federal que reavalie a transferência de Lessa. O documento também foi enviado para a Secretaria de Administração Carcerária (Sap), à desembargadora Ivana David e ao promotor Lincoln Gakiya, um especialista em investigações sobre o PCC.
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A principal preocupação do documento é uma possível escalada de violência e rebelião dentro do presídio de Tremembé. Após chegar ao local, Lessa foi levado a uma cela isolada.
O Sifuspesp afirma que não tem como monitorar a situação de Lessa dentro da unidade, conforme determinado por Alexandre de Moraes no ato da transferência. O principal entrave seria o presídio não dispor de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
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"O monitoramento total é impossível. Nesta unidade, o parlatório é monitorado, mas as áreas comuns não são. Se a segurança da unidade e do Lessa dependem disso, temos um problema", alerta Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp.
A razão pela qual Lessa teria a morte decretada pela facção se dá pelo fato de que o assassino de Marielle Franco é ex-PM e miliciano. Dessa maneira, seria automaticamente considerado um inimigo pelo PCC.
Nem a defesa de Ronnie Lessa e nem o STF se pronunciaram publicamente sobre o pedido do Sifuspesp até a publicação dessa nota.