Um crime bárbaro vem chocando a população de Curitiba (PR) e de todo o país. Oziel Branques dos Santos, de 40 anos, foi assassinado a facadas dentro de um ônibus da rede pública de transporte da capital paranaense na noite do último domingo (16).
Segundo a Polícia Civil e testemunhas, Santos foi assassinado por um homem de 41 anos e um adolescente de 17, que seriam tio e sobrinho, após defender vítimas de homofobia no coletivo que fazia a linha Santa Cândida/Capão Raso. Os dois suspeitos estavam insultando e ameaçando um casal quando o homem interviu.
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Relatos de outros passageiros dão conta de que o tio segurou Santos para que o adolescente o esfaqueasse. Os dois suspeitos fugiram e foram capturados pela Polícia Militar pouco tempo depois, enquanto a vítima morreu dentro do ônibus.
O homem de 41 anos foi conduzido para a Central de Flagrantes e seu sobrinho encaminhado à Delegacia do Adolescente. Com o mais novo, foi encontrada a faca utilizada para cometer o crime.
"Infelizmente ele perdeu a vida tentando nos salvar. Estou em estado de choque. Minha mente não está conseguindo parar para refletir. Eu queria dormir hoje e acordar sabendo que tudo isso foi um sonho. Me deixou muito mal saber que alguém perdeu a vida tentando salvar a mim e ao meu namorado", disse ao site G1 uma das jovens que foi vítima dos insultos homofóbicos do suspeito.
Através das redes sociais, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), que é de Curitiba, classificou o caso como "triste e revoltante".
"É triste e revoltante saber do assassinato de um homem de 40 anos dentro de um ônibus em Curitiba. O passageiro, ao tentar defender um casal vítima de homofobia, foi covardemente esfaqueado e não resistiu aos ferimentos. Infelizmente o ódio e a intolerância ainda persistem em nossa sociedade. Vamos continuar lutando por um país com igualdade de direitos e pelo fim do preconceito. Minha solidariedade aos amigos e familiares".
Em SP: dono de bar de rock assassinado por defender mulher assediada
Um caso parecido com o registrado em Curitiba já havia ganhado destaque no noticiário nesta segunda-feira (17). O empresário Carlos dos Santos Monteiro, dono do Malta Rock Bar, localizado na Zona Sul de São Paulo (SP), foi assassinado na noite do último sábado (15) em seu próprio estabelecimento após defender uma mulher de assédio.
Segundo testemunhas, Nenê, como era conhecido, expulsou do bar um homem que estava incomodando outras pessoas e que, em dado momento, teria assediado uma mulher que se apresentaria com sua banda naquela noite. O homem, revoltado com a expulsão, então, teria sacado um canivete e golpeado Nenê duas vezes no pescoço.
O proprietário do Malta Rock Bar, que tinha 58 anos, morreu no local. O assassino, por sua vez, foi imobilizado por funcionários do bar até a chegada da Polícia Militar e, na sequência, hospitalizado sob custódia policial por ter sido espancado pelos presentes após cometer o crime. Após receber alta, ele será preso e ficará à disposição da Justiça.
Através das redes sociais, a equipe do bar e proprietários de outras casas noturnas, bem como clientes e amigos, prestaram homenagens a Nenê.