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O que é “Maconha dos Playboys” com cigarro a R$ 500 que invadiu baladas de SP

A Polícia Civil informou que a nova modalidade virou moda em festas privadas realizadas em bairros nobres da capital paulista: "Droga gourmetizada"

Maconha produzida em laboratório a partir do extrato de haxixe.Créditos: Polícia Civil de SP
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Uma nova modalidade de droga virou moda nas baladas da elite de São Paulo. Conhecida como “Maconha dos Playboys”, o entorpecente é produzido em laboratório a partir do extrato de haxixe e, por isso, é mais potente do que as convencionais.

A Polícia Civil informou que um cigarro da maconha pode custar até R$ 500. A droga é comercializada em aplicativos de celular e grupos restritos de WhatsApp e as entregas são realizadas por “motoboys”.

Existem algumas modalidades da droga feita em laboratório: “dry marroquino”; “ice”, mais cara, concentrada e vendida em pedra; e “meleca”, em formato pastoso.

O produto é visto, principalmente, em festas privadas realizadas em bairros nobres da capital paulista. Ainda de acordo com os investigadores, os consumidores são pessoas com alto poder aquisitivo.

Uma operação da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), no início de junho, conseguiu fechar um laboratório onde a droga era produzida em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Os policiais prenderam um homem de 37 anos, que estava armado. Além dele, outros dois suspeitos já foram detidos ao longo das investigações. Todos respondem por tráfico de drogas, associação para o tráfico e associação criminosa.

“Esses traficantes se especializaram na fabricação em laboratório com componentes químicos de uma maconha mais potente voltada para um público elitizado. É uma droga gourmetizada e vem até com essência de sabor. Ela não é vendida em biqueira, só em grupos restritos de WhatsApp e em aplicativos”, revelou Estevão Castro, delegado responsável pelo caso na Dise, em entrevista ao UOL.

Por que é mais potente?

A “Maconha dos Playboys” é mais potente por causa de sua alta concentração de THC, substância psicoativa encontrada na cannabis, que provoca efeito prolongado.

O surgimento da droga é novidade até para a Polícia Civil de São Paulo. Levantamento feito pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a pedido do UOL, rastreou somente nove apreensões de 2022 para cá da maconha do tipo "dry", uma das modalidades da “droga gourmetizada”.

O Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), responsável por essas operações, divulgou que cinco delas foram registradas em 2023.