Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia o Porsche que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva, enquanto estava a 156 km/h, se entregou à polícia, em São Paulo, após três dias foragido. Ele é réu pelos crimes de homicídio por dolo eventual e lesão corporal gravíssima.
Na última sexta-feira (3), a Justiça de São Paulo, após três pedidos negados, finalmente decretou a prisão preventiva de Fernando Sastre. A detenção foi decretada pelo desembargador João Augusto Garcia.
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O motorista, que ficou conhecido como "Playboy do Porsche", se entregou na 5ª Seccional, no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Ele pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia pelo crime de homicídio por dolo eventual, e sua pena pode ser aumentada em um sexto pela lesão corporal gravíssima, contra o amigo e carona Marcus Vinicius Machado Rocha.
Habeas corpus
Nesta terça-feira (7), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá julgar o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Fernando Sastre. A relatora do caso será a ministra Daniela Teixeira e julgamento ocorre pela Quinta Turma do STJ.
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Relembre o caso
No dia 31 de março, Fernando Sastre atropelou e matou o motorista de aplicativo Ornalda da Silva, na Avenida Salim Farah Maluf, enquanto dirigia a 156km/h. O trabalhador morreu na hora. Já o amigo e carona de Sastre, o estudante Marcus Vinicius, ficou gravemente ferido.
O motorista foi liberado pela polícia militar, a pedido de sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, da cena do crime sem realizar o teste do bafômetro. Ela alegou que o levaria ao hospital, mas nunca compareceu ao local. Ela foi indiciada como coautora do crime.
Motorista ingeriu 9 drinks
De acordo com o relato de Marcus Vinicius e com a própria comanda de consumo do bar onde estavam, Fernando Sastre ingeriu 9 drinks antes de dirigir: oito de uísque com licor e uma caipirinha.
Sua namorada, Giovanna Pinheiro Silva, que estava com ele no local, foi pressionada para negar a embriaguez de Sastre, segundo o Ministério Público. A promotora de justiça Monique Ratton, desde o primeiro pedido de prisão de Fernando, tinha receio de que a namorada "fosse por ele compelida, pressionada e convencida" a negar que Fernando havia bebida. "Receio que veio a se concretizar em relação a tal testemunha", afirma a promotora.
Reconstituição do acidente
A Polícia Técnico-Científica está em processo de reconstituição do acidente que resultou na colisão do Porsche, conduzido por Fernando Sastre de Andrade Filho, com o veículo do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana.
Peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local do acidente na semana passada, utilizando drones e scanner laser 3D para capturar imagens que serão usadas na elaboração de uma animação. Essa reprodução simulada, também conhecida como reconstituição, será parte integrante do processo.
A defesa de Fernando afirmou que confia plenamente na Justiça e ressaltou que todas as medidas impostas estão sendo rigorosamente seguidas.
Os advogados Jonas Marzagão e Elizeu Soares de Camargo declararam que "a decisão do magistrado é irretocável, pois a lei deve ser igual para todos, independente do carro que a pessoa possui". Eles também respeitam a decisão de sigilo processual determinada pelo Juiz.
Luam Silva, filho de Ornaldo, o motorista falecido no acidente, expressou recentemente seus sentimentos nas redes sociais, escrevendo: "Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim".