Porto Alegre, a capital gaúcha, tem grande parte do seu território alagado nesta sexta-feira (3) por conta dos fortes temporais que atingem o Rio Grande do Sul. E se o colapso estadual começou pelos alagamentos na Serra Gaúcha, agora já se espraiou para a capital e especialistas alertam que uma evacuação da população deve começar a ser pensada com seriedade.
As imagens são chocantes e estão espalhadas pelas redes sociais. O centro de treinamento do Internacional, um dos grandes clubes de futebol locais, está alagado. Imagens aéreas mostram grandes avenidas também debaixo d’água.
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E até os muros do Cais Mauá, no centro, construídos justamente para conter as cheias do Guaíba, estão em vias de ceder e permitir ainda mais alagamentos na área urbana. Vale lembrar que é justamente esse muro que Felipe Camozzato, um político local do Partido Novo, quis um dia derrubar, de olho em um grande empreendimento imobiliário que seria construído no local.
Na zona norte, uma compota de segurança estourou. A barreira 14 cedeu no início da tarde, nas proximidades da Avenida Sertório, e o rompimento foi ocasionado pela pressão das águas acumuladas devido às chuvas intensas.
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Nesse contexto de colapso estadual, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) alertaram na manhã de hoje sobre a necessidade de haver um plano para evacuar a capital dos gaúchos. São pelo menos 14 bairros que os estudiosos dizem ser necessária a evacuação: Sarandi, Humaitá, Navegantes, São Geraldo, Floresta, Centro Histórico, Praia de Belas, Menino Deus, Azenha, Cristal, Ipanema, Ponta Grossa, Belém Novo e Lami.
O alerta leva em consideração as medições do Guaíba que apontam para o rápido aumento dos níveis de água que forçam o colapso do sistema de diques e comportas que protegem da cidade das cheias.
O problema é para onde essas pessoas serão evacuadas. De acordo com relatos de fontes da reportagem que vivem na Região Metropolitana de Porto Alegre, uma ponte que passa sobre o Rio dos Sinos, na altura de São Leopoldo, está prestar a colapsar e, com ela, dezenas de municípios podem ficar ilhados.
Nesse contexto, os relatos apontam que a população, desesperada, já corre para se abastecer nos supermercados e lota o que sobrou das estradas tentando ir para algum lugar seguro. Em Canoas, quatro bairros com população de aproximadamente 50 mil pessoas já estão sendo evacuados. O Brasil está testemunhando um verdadeiro colapso ambiental de dimensões estaduais.