INUNDAÇÕES

RS: seguradoras vão pagar a maior indenização da história por um só evento

Até o momento, são 8.216 sinistros de automóveis e 11.396 residenciais informados, mas números devem crescer

Enchente do dia 3 de maio em Porto Alegre.Créditos: Reprodução/X/Governo do RS
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Dyogo Oliveira, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), deu uma pequena prévia em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24), do que deverá ser reembolsado em sinistros com relação às enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo ele, apesar de não se poder estimar a quantidade exata, “essa é a maior indenização de um único evento que o setor já enfrentou no país".

Até esta quinta-feira (23), foram 23.441 sinistros reportados. O número, no entanto, deve crescer, já que apenas uma pequena parcela dos clientes acionou suas seguradoras. Até o momento, os que já foram acionados projetam um impacto estimado pelo setor de R$ 1,673 bilhão.

Também não há como saber se o impacto final será maior do que o registrado pela pandemia. Foram pagos, no total, R$ 7,5 bilhões apenas em seguros de vida para as vítimas de Covid-19, sem contar os custos dos planos de saúde.

"Na pandemia, o setor excepcionalmente ofereceu uma cobertura maior, pois essa cobertura [contra pandemia] não era um produto ofertado no mercado, e o seguro de vida assumiu essa responsabilidade. No caso das enchentes, era um produto ofertado pelo mercado. As pessoas optaram por não contratar", disse o executivo.

Seguros de automóveis

O maior impacto registrado pelos gaúchos, por enquanto, vem dos seguros de automóveis. São 8.216 sinistros acionados, que somam um custo estimado em R$ 557,4 milhões.

Já em ocorrências informadas, o número é maior em seguros residenciais e habitacionais. São 11.396 sinistros até o momento, com um custo potencial de R$ 239,2 milhões.

"Em automóveis é mais fácil estimar o impacto, porque o seguro total, que mais de 90% das pessoas contratam, tem cobertura para alagamentos. Em residencial, porém, a cobertura para alagamento é muito baixa", afirma Oliveira.

Apesar dos números elevados, os segurados do RS podem ficar tranquilos, pelo menos quanto a isso. As seguradoras estão com recursos em caixa. "O sistema brasileiro está plenamente preparado. As seguradoras têm recursos o suficiente para arcar com esse evento", disse Oliveira.