VÍDEOS E FOTOS

Porto Alegre tem Paola Carosella em cozinha solidária, protesto na periferia e entulho no centro

Imagens publicadas nas redes sociais mostram a capital dos gaúchos em momento que as águas do Guaíba começam a baixar

Rio Guaíba em Porto Alegre após chuva intensa - imagem da última semana.Créditos: Gilvan Rocha/Agência Brasil
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Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul, começou a ver nesta quarta-feira (22), pela primeira vez, uma diminuição considerável do nível das águas do Guaíba. Mas o cenário, ainda que animador do ponto de vista climático, não é nada agradável. A cidade teve protestos na periferia alagada e vê um rastro de lama e escombros no centro, onde a água começa a baixar. Mas também registra episódios de trabalho de reconstrução e de solidariedade, como os demonstrados pelo ministro Paulo Pimenta e pela chef Paola Carosella.

No centro da cidade, uma série de localidades onde a água já baixou têm em suas paisagens um rastro de areia, lama, entulho e destruição. Em bairros como o Arquipélago, a areia deixada pelas cheias atingiria alturas superiores a 2 metros, segundo informações já amplamente divulgadas para a imprensa.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram a capital dos gaúchos ao longo do dia. O vídeo a seguir, divulgado pela página Porto Alegre 24 Horas e gravado por Fernando Oliveira, mostra o rastro de areia e entulho no Centro Histórico. É possível ver os imóveis completamente castigados após o fim da cheia e, na legenda, é dito que o cheiro no local está “muito forte”.

Em outra imagem de Fernando Oliveira, dessa vez divulgada por ele mesmo no X (antigo Twitter), é possível ver servidores públicos fazendo a limpeza do Mercado Público. É muita lama.

Em alguns pontos da cidade, entretanto, a água não baixou. E por lá a principal preocupação é com a contaminação por leptospirose, uma vez que o Estado registrou duas mortes pela doença nos últimos dias.

Em Humaitá e Sarandi, na zona norte da cidade, as águas ainda não baixaram. A vereadora Karen Santos (Psol) usou as redes sociais para fazer esse alerta e publicou vídeo nessa tarde com a região alagada.

“Humaitá e Sarandi seguem sendo negligenciados pela prefeitura de Porto Alegre. Enquanto a água está baixando na cidade, principalmente no centro e nas áreas mais ricas, boa parte da zona norte está entregue à própria sorte”, escreveu.

Na mesma região, que é próxima da Arena do Grêmio e da BR-290, moradores fizeram um protesto justamente porque acompanham as águas baixarem nas áreas ricas enquanto suas casas seguem alagadas. A mobilização tinha fechado o trânsito na rodovia.

Paulo Pimenta, o ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, foi ao local representando o Governo Lula, ouviu a população e reafirmou o compromisso federal em dar novas casas a todos os atingidos.

“Reiteramos os compromissos do nosso governo. Após a nossa conversa, o trânsito já foi liberado nas duas vias de forma totalmente pacífica. Eu estou aqui justamente para ajudar neste momento difícil. É fundamental conduzirmos as ações com diálogo em parceria com as prefeituras e governo do estado. Vamos seguir trabalhando para a retomada da vida do nosso povo com dignidade, acolhendo e cuidando neste momento tão difícil”, escreveu o ministro.

Mas, apesar das dificuldades, há também o registro de algumas cenas de alívio humanitário em meio à tragédia, como a que a chef e apresentadora Paola Carosella aparece trabalhando na Cozinha Solidária do MTST com um enorme sorriso.

Mais temporais no Estado

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) divulgou um aviso de temporais nesta quarta-feira (22). Segundo o órgão, novas tempestades vão atingir o Rio Grande do Sul entre hoje e amanhã.

As chuvas são estimadas entre 30 e 60 mm por hora e os ventos de até 100 km/h. Também está prevista a queda de granizo em algumas regiões.

Entre as regiões mais afetadas estão a Região Metropolitana de Porto Alegre, o sudeste, sudoeste e o centro do Estado. Também são esperados cortes na eletricidade, quedas de árvores e mais inundações.

Números do colapso climático gaúcho

De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, até o início da noite desta quarta-feira (22) o estado já tinha registrado 162 mortos em decorrência dos temporais. Outras 82 pessoas estão desaparecidas.

São 2 milhões e 341 mil gaúchos atingidos pelo desastre, dos quais 581 mil estão desalojados e quase 70 mil dormem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 467 foram atingidos.

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