Os rios na faixa sul do Rio Grande do Sul ainda estão acima do nível normal devido às chuvas das últimas semanas e podem voltar a encher. A previsão é que ocorra um acumulado de precipitação entre esta quarta-feira (22) e quinta-feira (23) de 120 mm a 150 mm, devido à chegada de uma nova frente fria seguida por fortes chuvas, colocando toda a região do estado entre a fronteira com o Uruguai e a Lagoa dos Patos em estado de atenção.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo potencial para tempestades na área. A previsão indica uma precipitação diária de 50 mm, acompanhada de ventos intensos que variam entre 40 e 60 km/h e possibilidade de queda de granizo. De acordo com o Inmet, há risco baixo de interrupção no fornecimento de energia elétrica, danos às plantações, queda de galhos de árvores e alagamentos.
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Na última segunda-feira (20), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) também já havia emitido um alerta. Nesta terça-feira (21), o nível do lago Guaíba, pela primeira vez desde o dia 3 de maio, baixou de 4,11 metros, ainda distante da cota de inundação, que é de 3 metros. A expectativa, no entanto, é que a tendência de baixa se mantenha. O Cemaden ressalta que, devido à saturação do solo nas bacias dos rios acima do lago Guaíba pelas recentes enchentes, há a possibilidade de agravamento da situação na Grande Porto Alegre com as novas chuvas.
Capital tomada por montanhas de lixo e entulho
Porto Alegre vem se deparando com um cenário desolador no início desta semana após as enchentes: as ruas da capital estão cobertas por montanhas de entulho e lixo. Em áreas ainda alagadas também há dejetos flutuando. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em colaboração com a empresa Mox Debris, estima que as cheias devem resultar na geração de quase 47 milhões de toneladas de resíduos, algo semelhante a efeitos de tsunamis e terremotos.
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Reconstrução do RS
Já foram registradas pelo menos 161 mortes e 85 pessoas ainda seguem desaparecidas. Mesmo após mais de 20 dias do início das chuvas, ainda há cidades submersas e municípios apresentando cenários de devastação. O presidente Lula e o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, seguem à frente da reconstrução do Rio Grande do Sul desde a semana passada.
Várias medidas já foram anunciadas, entre elas o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para facilitar o acesso às famílias que perderam suas moradias e aproveitar imóveis de vários tipos para uso imediato nos municípios afetados, o Auxílio Reconstrução de R$ 5.100, que será concedido para a compra de bens perdidos, além de recursos para compra de medicamentos e recuperação de estradas anunciadas pelo governo federal.