A morte do cardiologista Leandro Medice ainda não tem uma explicação definitiva. Esta é a opinião do também médico, Carlos José Cardoso, que constatou o óbito do amigo, na manhã desta segunda-feira (13), em São Leopoldo (RS).
Ambos do Espírito Santo, eles seguiram para o Rio Grande do Sul para atuarem como voluntários no atendimento às vítimas das enchentes no estado gaúcho.
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Carlos José se dirigiu ao quarto de Leandro às 5 horas da manhã de segunda para acordá-lo. Pela programação de ambos, eles deveriam se aprontar para mais um dia de atendimentos, Porém, Carlos resolveu deixá-lo dormir mais um pouco porque ainda não tinha amanhecido.
No momento em que retornou ao quarto do amigo, às 5h30, observou que o cardiologista não respondia aos seus chamados. Ele se aproximou do corpo e constatou a morte.
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O choque foi imenso. “Ele já estava frio. Foi um susto muito grande. Embora sejamos médicos, nós não estávamos psicologicamente preparados naquele momento”, declarou Carlos, em entrevista ao UOL.
O médico disse, ainda, que às 4h horas da manhã, o cardiologista ainda estava vivo. Carlos havia acertado com a equipe que ficaria acordado no plantão noturno, porque Leandro estava muito cansado. Neste horário, ele se levantou e viu que o amigo dormia bem e respirava.
Carlos José acredita que Leandro não tenha morrido de infarto. “Ele não tinha sinais de que teria infartado. E ele era cardiologista, se tivesse sentido alguma dor, alguma coisa, teria me chamado. Eu estava acordado, ele sabia que eu estava ao lado”, disse, acrescentando que a morte foi muito brusca e que ainda não se sabe o que ocorreu exatamente.
Médicos passaram o dia atendendo em abrigo
Antes de viajarem para o Rio Grande do Sul, ainda no Espírito Santo, Carlos e Leandro comandaram cirurgias até o início da madrugada de domingo (12). Os dois foram juntos para o aeroporto e viajaram em um avião privado, que partiu às 4 horas da manhã.
De acordo com Carlos, ao chegarem no RS, os médicos voluntários foram para o abrigo. Passaram o dia realizando atendimentos em um local com 1.600 desabrigados, com cerca de 500 crianças.
Os amigos ainda conversaram até de madrugada. Antes de dormir, Leandro parecia estar bem, feliz e sem sentir nenhum problema, destacou o amigo.
“Ele era muito saudável, sempre cuidou da saúde” diz o marido
O cardiologista Leandro Medice tinha 41 anos e era morador de Vila Velha (ES). O acupunturista João Paulo Martins, marido de Medice, contou que o cônjuge jamais teve problemas de saúde e que não entende como a morte ocorreu.
“Ele era muito saudável, sempre cuidou da saúde. Nunca teve histórico nenhum de problemas. Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Quando me contaram, pensei que fosse brincadeira. Ele foi para ajudar as pessoas e aconteceu essa tragédia”, lamentou Martins.