O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na pequena Não-Me-Toque, no interior do Rio Grande do Sul, onde participou da Expodireto Cotrijal, uma feira do agronegócio local. Durante o evento o inelegível foi seguido por uma multidão e, aos gritos de “mito”, se entorpeceu com um flashback que remete às últimas campanhas eleitorais.
Mas nem toda memória é positiva. Afinal de contas, foi num evento de campanha com semelhante clamor popular que Bolsonaro foi esfaqueado em 2018 por Adélio Bispo, em Juiz de Fora (MG). A memória está sempre presente e, nessa ocasião, deu lugar à paranoia.
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Eis que alguém notou que Wesley Ferreira, um homem de 32 anos que é apoiador do ex-presidente e fez campanha pela sua reeleição, portava uma faca. Ele rapidamente foi detido sob a acusação de portar arma branca.
Ao Metrópoles, seus familiares e amigos explicaram que o homem era apoiador de Bolsonaro e que usava a faca na cintura como uma espécie de traje típico gaúcho. Além da faca, também teria chapéu, bombacha e lenços característicos. Ele é de outra cidade, Lagoa Vermelha, e foi ao evento só para estar próximo do ex-presidente.
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Detido pela Brigada Militar, foi levado para a delegacia. Lá, explicou ao delegado que havia comprado a faca na própria feira e contou a mesma história reproduzida pelos seus familiares à imprensa. Ele ainda tinha a nota fiscal da compra, o que o ajudou a comprovar sua versão e ser liberado.
Wesley assinou um termo circunstanciado por “trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade”. De acordo com a polícia a conduta estaria em desacordo com o Artigo 19 da Lei de Contravenções Penais, mas investigar o homem por uma planejar um homicídio no evento está fora de cogitação.
Segundo o depoimento dado pelo seu irmão à imprensa, a detenção de Wesley foi um “mal-entendido", uma vez que o homem até ajudou as mobilizações golpistas após as eleições de 2022 levando comida a acampamentos bolsonaristas locais.