Uma cena lamentável de racismo ganhou destaque nos últimos dias, quando uma moradora de Bertioga, litoral de São Paulo, decidiu expor os ataques racistas que sofreu durante um evento e posteriormente nas redes sociais. Letícia Dolapci, uma advogada de 28 anos, foi alvo de agressões verbais e discriminatórias por uma desconhecida, durante uma festa de formatura ocorrida em Vassouras (RJ) no dia 9 de março.
O incidente começou quando Letícia, que compareceu à festa para prestigiar o primo que estava se formando, foi surpreendida pela agressora, que a atacou jogando um copo de bebida. Sem entender o motivo da agressão, Letícia foi ainda mais perturbada quando uma acompanhante da formanda se aproximou, utilizando termos racistas como "neguinha" para menosprezá-la e indicar que ela não pertencia ao evento.
“Eu não a conheço, nunca vi. Durante o evento, ela me jogou um copo de bebida. Eu fiquei sem entender o que tinha acontecido, o motivo dela fazer aquilo comigo”, relembrou a advogada.
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Apesar da intervenção da equipe de segurança da festa, o episódio não parou por aí, Letícia recebeu um vídeo nas redes sociais, onde a suspeita a chamava de "preta favelada" e expressava desejo de violência física contra ela.
“Comecei a receber várias mensagens de pessoas que eu não conhecia com o vídeo dessa moça falando essas coisas para mim”, enfatizou Letícia, que ficou muito abalada com o caso. “Quando a gente sofre a agressão, a gente fica um pouco perdida, [estou] tentando processar tudo o que aconteceu”.
O impacto emocional desse ataque foi imenso para Letícia, que relatou ter ficado abalada e perdida diante da agressão. Mesmo assim, inicialmente, ela optou por não denunciar o caso. No entanto, ao perceber a repercussão nas redes sociais e a importância de não deixar o racismo impune, ela decidiu tomar medidas legais.
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“A gente já iniciou o processo judicial, esclarecimentos na delegacia e tudo mais, para que ela possa responder porque foi para a rede social me expor, me atacar dessa forma, além do evento. Começou presencialmente”', desabafou.
Após conversar com colegas da área jurídica, Letícia registrou um boletim de ocorrência e iniciou um processo judicial contra a agressora. Sua decisão de tornar o caso público não apenas visa buscar justiça para si, mas também servir de inspiração e encorajamento para outras vítimas de racismo que muitas vezes optam por silenciar diante do preconceito.
Ao publicar seu relato nas redes sociais, Letícia reiterou seu compromisso em combater o preconceito racial e encorajar outras pessoas a não tolerarem tais atitudes discriminatórias. Sua determinação em seguir adiante com o processo é uma demonstração de que é preciso responsabilizar os agressores por suas ações.