O jogador sub-20 do Corinthians, Dimas Cândido de Oliveira Filho, e Livia Gabriele da Silva Matos, de 19 anos, que morreu enquanto os dois tinham relações sexuais na última terça (30), trocaram mensagens pelo WhatsApp em vários momentos e também pouco antes do encontro.
Dimas afirmou que eles se conheceram em uma rede social. Desde o dia 17 de janeiro, os dois trocavam mensagens de texto e de áudio quase diariamente.
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As mensagens mostram diálogos de dois jovens que estavam se conhecendo, ainda não namoravam e queriam se encontrar pessoalmente.
Eles quase se encontraram na semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior, entre Corinthians e Novorizontino, no dia 22 do mês passado. Dimas não jogou a Copinha. Ele e Lívia estavam em lugares distantes do estádio, em Itaquera.
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“Eu tenho medo do metrô fechar. Mas eu já tô indo embora. O metrô tá lotado. Lotado de corintiano, no caso”, disse Lívia Gabrielle.
“Claro que tá lotado de corintiano. Aqui é Corinthians. Vai, Corinthians”, afirmou Dimas.
O jogador e Lívia combinaram de se encontrar às 18h, no apartamento onde ele estava, em um condomínio, no Tatuapé, no dia em que ele iria para João Pessoa (PB), onde nasceu, passar as férias da viagem dele.
Nas conversas, reveladas pelo Fantástico, da Globo, neste domingo (4), o jogador afirma que não faria sexo sem camisinha com a estudante. Ela concorda e também diz que não teria relações sem proteção.
"Pronto. Estou pronta, quer que eu vá agora ou daqui a pouco?", perguntou Livia Gabriele em uma das mensagens, pouco antes de chegar ao apartamento de Dimas. "Daqui a pouco", pediu o jogador. "Estou chegando, amor", escreveu ela, às 18h06 do dia 30.
Não tem intenção de se esquivar
Tiago Lenoir, advogado do atleta, afirmou que o jogador não tem a intenção de se esquivar das investigações e reforçou que ele não é culpado pela morte da jovem.
"Ele ficou em uma chamada com o SAMU por mais de 20 minutos. Quando o SAMU chegou, ele continuou prestando auxílio. A polícia compareceu ao local dos fatos e não identificou nenhum indicio de crime. Ele não é acusado de nenhum crime e não praticou nenhum crime. Ele não utilizou nenhum objeto durante a relação sexual. As relações foram com consentimento dela e com uso de preservativo. No início da relação, ele não percebeu que havia sangue."
Alfredo Porcer, advogado da família de Livia, rebateu à defesa de Dimas, sugerindo que o rapaz não diz a verdade. "O que ele narrou não é verossímil. Ninguém morre de repente, tem sangramento, dor para caramba", disparou o defensor.
“Penetração traumática"
Segundo o atestado de óbito de Livia Gabriele, a morte foi decorrente de sangramento em função da "ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda".
"O fundo de saco de Douglas é uma membrana, uma parede no fundo da vagina. Não é incomum acontecer isso, é mais comum do que pensamos. Na minha opinião, houve uma penetração traumática", explicou Albertina Duarte, médica ginecologista.