Marcelo Amaral, jovem de 25 anos que foi arremessado do alto de uma ponte pelo policial militar Luan Felipe Alves Pereira na Zona Sul de São Paulo, falou pela primeira vez à imprensa após o caso que chocou o Brasil.
Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, veiculada na noite deste domingo (8), Amaral contou detalhes sobre o ocorrido na madrugada da última segunda-feira (2). Ele diz que estava passando de moto por uma região entre Diadema e o barro Cidade Ademar, na capital paulista, onde ocorria um baile funk, quando viu policiais militares correndo em sua direção. Assustado, ele parou em cima de uma ponte e saiu correndo à pé.
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O soldado Luan, então, teria alcançado Marcelo Amaral e agredido o jovem com golpes de cassetete. Na sequência, o PM teria feito uma proposta sádica: "Você tem duas opções: ou você pula da ponte, ou eu jogo você e sua motocicleta daqui".
"Isso eu disse pra ele: eu não sou ladrão e a minha moto não é roubada. Minha moto tá certinha. Nada de errado. Em nenhum momento da abordagem não pediu documentação da moto", detalhou a vítima na entrevista.
Foi neste momento que o PM ergueu Amaral e o jogou da ponte, a uma altura de cerca de 3 metros. O jovem caiu em um córrego onde é despejado esgoto e foi socorrido por pessoas em situação de rua.
Veja vídeo do momento em que Marcelo Amaral é jogado da ponte pelo PM Luan Felipe Alves Pereira:
PM chora em audiência de custódia
Luan Felipe Alves Pereira, soldado da Polícia Militar que arremessou um homem de uma ponte durante abordagem na Zona Sul de São Paulo, chorou durante audiência de custódia na sede do Tribunal de Justiça Militar (TJM) nesta quinta-feira (5).
As lágrimas, entretanto, não convenceram: a Justiça manteve a prisão preventiva do policial, que foi encaminhado ao presídio Romão Gomes.
Durante a audiência, Pereira manteve o silêncio e chorou pouco antes do advogado apresentar sua defesa ao juiz. O momento foi registrado em vídeo pela TV Record.
Assista:
Antes de ter a prisão preventiva decretada, na quinta-feira (5), o soldado Luan Felipe Alves Pereira prestou depoimento à Corregedoria da PM e negou que sua intenção fosse jogar o homem da ponte e deu uma "justificativa" inacreditável: disse que queria apenas "levantar" a vítima do chão.