MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

Whey Protein: 48 marcas do produto têm as vendas suspensas

Decisão da Secretaria Nacional do Consumidor apontou suspeita de adulteração dos suplementos alimentares; veja a lista aqui

Whein Protein.Créditos: Freepik/Divulgação
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Encerra nesta sexta-feira (6), o prazo dado pela Secretaria Nacional do Consumidor, órgão pertencente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, para que nove sites do país suspendam as vendas de 48 marcas de whey protein (veja a tabela abaixo).

Os produtos, segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (ABENUTRI), têm suspeita de terem sido adulterados. Veja a lista de marcas mais abaixo. O órgão aponta que as marcas de whey protein analisadas não apresentaram a quantidade de proteína informada nos rótulos.

"Os riscos podem ser os mais variados, desde alergias leves, constipações em desconfortos intestinais até riscos de morte", afirma o presidente da ABENUTRI, Marcelo Bella. "Antes de comprar o produto, verifique a reputação das empresas fabricantes desses produtos", alerta ainda o presidente.

Soldiers Nutrition

No início do mês, uma fábrica terceirizada contratada pela Soldiers Nutrition, empresa de Yuri Silveira de Abreu e a esposa, Fabiula de Arruda Freire, autoproclamados "rei e rainha da creatina", foi interditada pela polícia em Jundiaí. Segundo as denúncias, o local não tinha licença de funcionamento.

Além disso, "as instalações e os equipamentos não tinham condições higiênicas e sanitárias satisfatórias", de acordo com a polícia.

A Soldiers possui fábrica própria, que teve um investimento de R$ 15 milhões, mas contrata outras para atender a sua demanda de vendas.

Segundo reportagem do Fantástico, da Rede Globo, líderes da empresa falavam em um grupo de mensagens sobre um pote do produto que é produzida pela empresa. Segundo a conversa, o produto, que é originalmente em pó, estava empedrado. O gerente de produção, então, ironizou: "(o produto) é da China, né?".

O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), Marcelo Bella, afirma que esse é um indício de baixa qualidade do produto.

Em outra conversa no mesmo grupo, membros da empresa falaram em outras reclamações. Numa delas, um cliente alegou ter encontrado larva no pote de creatina; outro, fios do que parecia ser uma teia de aranha.

O Whey Protein, espécie de carro-chefe da empresa, também foi alvo de reclamações. Um cliente alegou ter encontrado plástico na embalagem do produto. Outro afirmou ter achado um pedaço de borracha que parecia uma luva ou uma bexiga.

A sede do grupo foi alvo de outro mandado de busca e apreensão em outubro. Na ocasião, foram encontrados "produtos impróprios para venda e consumo" e a falta de "dispositivos de proteção contra a entrada de pragas".

A Soldiers é investigada por supostas manobras financeiras, entre elas fraudes fiscais para sonegar impostos e lavagem de dinheiro. De acordo com Yuri Silveira de Abreu, o faturamento da empresa chegou a R$ 150 milhões em 2023. Para 2024, a projeção, segundo ele, é de R$ 250 milhões.

O que diz a Soldier

A Soldier afirmou, por sua vez, que a "investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas". Segundo a empresa, os "produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia", e que "não existe laudo que questione a qualidade dos seus suplementos". Os advogados afirmam que "empresários, funcionários e colaboradores foram injustamente prejudicados pela investigação". No caso das marteladas da creatina endurecida, a empresa aponta que os itens não foram comercializados.

Veja a lista dos produtos suspensos abaixo:

O que diz a Brasnutri

Em nota à Fórum, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para fins Especiais, Brasnutri, afirma que "a proibição recente de comercialização de produtos whey protein anunciada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) é infundada".

"Secretaria leva em consideração um laudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) em 2022, de produtos que nem sequer são comercializados atualmente", dia a associação.

Veja a nota na íntegra

A BRASNUTRI esclarece que a proibição recente de comercialização de produtos whey protein anunciada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) é infundada. A Secretaria leva em consideração um laudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) em 2022, de produtos que nem sequer são comercializados atualmente.

Além disso, é importante reforçar que os laudos divulgados pela Abenutri não seguem padrões técnicos ou regulatórios estabelecidos pelos órgãos competentes e não são chancelados pela Anvisa e pelos demais integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, entidades oficiais responsáveis pela análise e fiscalização de produtos deste mercado.

Os laudos mencionados estão sob investigação do Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação judicial que já apontou inconsistências metodológicas e destacou a "falta de certeza quanto à confiabilidade das conclusões" ali apresentadas. Em nota técnica anexada ao processo, os farmacêuticos Jamaira Moreira Giora e Dirceu Barbosa (ex-presidente da Anvisa), também destacaram que não há clareza em relação aos aspectos legais e sanitários utilizados nas análises laboratoriais.

A BRASNUTRI defende um mercado transparente e mais seguro, com base na ciência, e está à disposição para trabalhar em conjunto com órgãos reguladores para garantir o direito dos consumidores a informações confiáveis e reconhecidas pelas autoridades competentes.

BRASNUTRI - Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais

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