Nesta quinta-feira (26), a prefeitura de São Paulo anunciou o novo valor da passagem de ônibus em São Paulo. A tarifa vai passar dos atuais R$ 4,40 para R$ 5, um aumento de 13,6%.
O reajuste passa a valer a partir de 6 de janeiro e a recarga do bilhete único sem o aumento pode ser feita até o dia 5 de janeiro. As gratuidades vigentes atualmente estão mantidas, segundo a administração municipal, assim como a integração entre até quatro ônibus em um período de três horas.
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Um dia após ser reeleito, em 29 de outubro, Ricardo Nunes afirmou que não desejava aumentar o valor, mas que ainda iria decidir em dezembro. “O meu desejo é manter a tarifa, mas eu preciso ter a responsabilidade, manter o equilíbrio fiscal e não tirar da saúde, da educação. Então, em dezembro, havendo possibilidade, a minha vontade é manter. Se por acaso a gente não tiver possibilidade, aí eu vou explicar para a sociedade”, disse.
Em nota, a prefeitura alega que o valor ficou abaixo do índice de 32% de inflação acumulada desde o último aumento, em janeiro de 2020. "Caso a tarifa considerasse a recomposição da inflação, passaria dos R$ 4,40 para no mínimo R$ 5,84", informou a gestão municipal.
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Cresce o subsídio, cai a qualidade
Em artigo publicado na Fórum, o geógrafo especializado em Gestão de Cidades pela USP e ex-coordenador de Mobilidade Urbana do Idec, Rafael Calabria, aponta que o aumento do subsídio é frequentemente usado como desculpa pelo atual prefeito da capital paulista. No entanto, ele questiona: por que, afinal, o subsídio cresce enquanto a frota de ônibus e o número de viagens diminuem?
"A resposta está no modelo de pagamento às empresas de ônibus. Apesar de negar, a prefeitura ainda paga as empresas majoritariamente pelo número de passageiros transportados. Ou seja, quanto mais lotado, mais recebem! E, se não cumprirem as viagens, não perdem dinheiro e aumentam seus lucros com a superlotação. Dessa forma, no pós-pandemia, a tarifa congelada ajudou a recuperar passageiros, mas as ordens de redução de viagens e de frota fizeram com que as empresas oferecessem menos serviço e lucrassem mais", pontua Calabria.
Este modelo aponta para um "descontrole nos pagamentos da prefeitura às empresas", que conseguem receber mais recursos mesmo sem prestar o serviço de forma adequada. "O novo contrato assinado com as empresas em 2019, mas elaborado na gestão Haddad, já previa a correção desse problema, porém a gestão Nunes adiou essa solução", afirma o geógrafo.
Aumento também para trens e metrô
O governo do estado de São Paulo também anunciou nesta quinta-feira um reajuste da tarifa dos trens e metrô. A passagem vai de R$ 5 para R$ 5,20 a partir de 6 de janeiro de 2025.
É o segundo ano consecutivo de aumento na tarifa dos transportes sobre trilhos. Em janeiro de 2024, a tarifa havia passado de R$ 4,40 a R$ 5, totalizando um aumento total de 18% nos dois anos da gestão de Tarcísio de Freitas.