A Margem Equatorial do Brasil é uma região de grande interesse geopolítico e econômico para o país. Estendendo-se da foz do Oiapoque ao litoral do Rio Grande do Norte, o território abrange Amapá, Pará, Maranhão e parte do Piauí, e delimita uma faixa de águas profundas no Oceano Atlântico, próxima à linha do Equador.
Suas riquezas incluem bacias de hidrocarbonetos robustas, com potencial para a exploração de petróleo e gás natural, e ecossistemas sensíveis, como manguezais, recifes de corais e áreas de preservação.
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Hoje, a região recebe o monitoramento constante de navios-patrulha, submarinos e aeronaves das Forças Amadas Brasileiras, que fiscalizam sua zona econômica exclusiva e supervisionam a atividade de empresas com permissão para a exploração de recursos naturais.
Uma rede tecnológica de sensores, radares e satélites — o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) — possibilita a obtenção de imagens em tempo real da costa territorial brasileira, combinados a parcerias multissetoriais para a cooperação tecnológica.
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De acordo com a Agência Brasil, a Petrobras (PETR4) deve contar, agora, com mais uma dessas parcerias multissetoriais para auxiliar no monitoramento do trecho que envolve Amapá, Pará e Maranhão, com a adesão ao programa Early Adopters (Primeiros Usuários) da Nasa, agência aeroespacial dos EUA.
O ISRO Synthetic Aperture Radar (Nisar), a que a petrolífera vai ter acesso, é um sistema desenvolvido pela agência espacial norte-americana, em parceria com a Organização Indiana de Pesquisa Espacial, para coletar imagens de radar de abertura sintética (SAR), que utilizam micro ondas para mapear áreas da superfície terrestre em alta resolução.
Proteção e monitoramento das mudanças climáticas
Além de garantir a segurança local, o sistema promete ser capaz de mostrar regiões afetadas por possíveis vazamentos de óleo, verificar as condições de inundação de manguezais e mapear a biota dos locais.
A tecnologia também permite medir de maneira remota a temperatura do mar e identificar a constituição química e mineral de uma rocha, tudo a partir da radiação eletromagnética da Terra. As atividades com o uso do novo sistema devem ser iniciadas em 2025.
“O satélite orbita a 747 quilômetros da Terra e vai obter imagens a cada seis dias de um determinado ponto da superfície da Terra”, explica Fernando Pellon, consultor sênior da Gerência de Geoquímica do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), à Agência Brasil. “Vai ter informações de biomassa, de desastres naturais, elevação do nível do mar, água subterrânea e vai ter dois sensores: um da Nasa, na chamada banda L, e o dos indianos, de um comprimento de onda menor na banda S”, disse.
O efeito das mudanças climáticas também é um ponto importante do monitoramento por satélite: o nível anormal do mar, o derretimento de geleiras e o impacto de chuvas e enchentes, como as ocorridas no Rio Grande do Sul no começo de 2024, são fatores possíveis de ser observados pela Missão Nisar.